20.12.07

"tá na hora de acordar, sinhazinha
tem muito o que fazer..."

Tá na idade de trabalhar, diz meu pai. Mas precisa ser tanto? Hoje estou exausta. Exausta, exausta, mil vezes exausta. E ainda tem amanhã, reunião, aeroporto, São Paulo, vinte e três de maio e aquilo tudo. Mas tem também chegar em casa, fazer mais mala, dar beijo gostoso e no dia seguinte apertar a Maricota bastante, e ouví-la, o dia todo, me chamando: "sia, sia". Saudade dela que eu tou.
Fiz minha última entrevista hoje à tarde, custando a prestar atenção no que a moça falava. E antes havia feito uma entrevista muito legal num órgão estadual, nessa levada de "estou-amadurecendo-logo-posso-gostar-
de-entrevistar-um-fulano-da-oposição".
Depois da entrevista, mercado central, pra fazer as compritchas pra levar pra São Paulo. Aí comprei tudo no mesmo lugar mesmo, n-o-v-e latas de doce de leite, quatro quilos de queijo canastra, imagina, exagero nenhum. E ainda o doce de figo para o papai, o mais manhoso dos manhosos.
Agora vou provar a famosa comida de boteco. Nem sei de onde vou tirar forças para sair dessa cama e me arrastar até lá. Mas acho que tá acabando, acho que deu certo, então vamo lá, só mais um dia. Vou sentir saudades de Belzonti.

19.12.07

Eu gosto de alguns blogs pelo simples fato de gostar da forma como as pessoas escrevem. Nem preciso concordar ou gostar tanto do conteúdo. Mais ou menos assim: às vezes o conteúdo nem me interessa muito, mas eu gosto tanto da forma, que o blog vira um prazer. E acho bacana assim. Já teve um tempo em que as coisas tinham que me interessar pelo conteúdo, e eu tinha que concordar com a opinião das pessoas, e as coisas eram mais definitivas e etc. Ainda bem que algumas coisas mudam, mesmo que nem tanto. Bom também que não mudem tanto.
E por falar em escrever, eu queria escrever mais no meu diário. Mas praticamente não tenho tempo mesmo, o que é uma pena. Vontade de escrever de mim só pra mim.

17.12.07

"sei que além das cortinas
são palcos azuis
e infinitas cortinas
com palcos átras..."

Então as coisas acontecem assim por aqui: hoje trabalhei normalmente, como qualquer outro dia. Entrevista cansativa, pepinos básicos para serem resolvidos, essas coisas cotidianas. E um telefonema quando estava indo de uma entrevista para outra. Então meu ombro começou a doer muito, e eu meio que sem entender, cansaço, muito trabalho, o que é? O telefonema, claro.
Porque o trabalho me estressa, mas passa. O que me dói o ombro e pesa em mim mesmo é essa minha mania de achar que sou mãe da minha família. Minha irmã ligou pedindo ajuda com umas coisas que ela não consegue pagar. E eu não tenho como ajudar, terei gastos e mais gastos nos próximos meses. Mas imediatamente fiquei me sentindo mal, com dor, pesada. Cheguei até a quase me sentir mal porque vou gastar mais do que ela precisa para viajar. E eu sei, eu sei. Está errado. Eu sei também que se pudesse ajudava. Que se puder, se fizer alguma das minhas ginásticas, ainda vou ajudar. Mas acho legal reparar nesses meus mecanismos. Legal ter percebido logo o que me pesa o ombro. Essas coisas que é sempre bom a gente saber, né? E é legal também pra perceber que cada vez mais tenho conseguido viver minha vida: fazia tempo que não sentia essas dores. E claro que não há nenhum problema em ajudar minha irmã. Problema é eu achar que sou obrigada a isso, que sou mãe dela. Então me dando conta dessas cositas eu acho que vou dando largos passos em direção a mim mesma, é isso é bom.
Porque comigo está tudo tão bem. Eu estou bem, mesmo. Vou terminar esse trabalho difícil numa boa. Tendo aprendido uma porção coisas boas. Com idéias de doutorado, de trabalho, de futuro. Cheia de coisa na cabeça. Cheia de gostar profundo no coração. E com vontade de aprender, mais e mais, sobre mim. Para que, se não tiver como o ombro não doer, eu pelo menos saiba colocar cada coisa na sua caixinha. Acho que é assim.

16.12.07

"não sei julgar o que há em ti
sentir com precisão
se é fogo ou água, já desisti
o meu coração que agüente
não há nada mais louco, mais sensível
que você junto de mim..."

Ouvindo o novo cd da Fernanda Takai, gostando muito da versão que ela fez pra Insensatez. Aí tem umas coisas mais mudernas, como o arranjo pra Com açucar, com afeto, que eu estranho um pouco. Mas no geral tá bacana, vale a pena.
E de volta a BH, todo o sono e o cansaço e a preguiça de tanto aeroporto e estrada e etc, etc, etc. E por aqui já tá acabando, e semana que vem uma hora dessas estarei viajando já. Coisa boa, essa semana toda será essa contagem regressiva, tou até vendo. Delícia mesmo.
Mas pelas Minas Gerais ainda tem o que trabalhar-passear. Ouro Preto e Mariana na terça e quarta, e eu querendo ainda dar uma passadinha por Itabirito pra provar o famosíssimo pastel de angú. E quem sabe levar um bocado congelado pra mó de nóis fazê uma pastelada de angú lá em sumpaulo. Quem sabe, quem sabe.
E pra anotar no diário, a coisa melhor dessa vida: ficar perto de quem a gente gosta.

10.12.07

"Conduzo tua lisa mão
Por uma escada espiral
E no alto da torre exibo-te o varal
Onde balança ao léu minh’alma"

E na levada das coisas que eu sou, hoje teve reunião com a chefe, para discutir a estrutura desse trabalho. Dia de coisas importantes de fato. Mas eu ainda preciso afinar, me impor mais. Avaliando agora, parece que eu fiquei tão feliz de ter conseguido propor uma estrutura de trabalho que arrancou sorrisos da chefe que não parecia confiar muito em mim, que esqueci de me assegurar das coisas práticas. Aí voltei pro hotel com o peso de tanta coisa pra fazer em janeiro, aquele receio de não dar conta. Pensei que talvez seja o caso de não buscar tanta aprovação no sorriso do outro. Mas também pensei que não quero acionar a super autocrítica hoje. Quem é que nunca procurou aprovação no sorriso de outro alguém? Talvez seja o caso de sorrir para o espelho também. Apenas especulações.

"Sabia
que ia acontecer você um dia
E claro que já não me valeria nada
Tudo o que eu sabia
Um dia..."

9.12.07

"caminhando sem receio
vou brincar no seu jardim"

Aqui tem um refrigerante, que chama mate couro, e eu tou pensando em levar em caixas pra SP. Porque o diet não tem gosto de diet, uma beleza. Refrigerante de mate e chapéu de couro dietético. Só falta saber o que vem a ser chapéu de couro, assim, pra virar refrigerante. Ou não saber, né? E pronto.
Acho que vou levar também uma panela gigante de sushi de salmão com shimeji e um outro de atum com molho de maracujá. Devidamente apresentado por ela. Bom, visse?
E a questão é que eu dormi quase doze horas e ainda estou com sono. E uma preguiça descomunal.
Mas vamos ao que é bom, porque BH no fim de semana foi bem legal. Jantar gostoso no sábado à noite, caminhada no domingo à tarde e filminho no começo da noite. Assisti "Jogo de Cena", e adorei, e chorei e tudo. Como eu gosto do Coutinho, e filme dele pra mim é sempre uma alegria, já falei, como diz minha sobrinha.
Que agora eu ligo pra ela, e ela diz: aiô, tudo bem? e só isso, logo desiste da conversa. Aí minha mãe insiste com ela, pra falar comigo, e ela diz: já falei. Fofa.
No mais, parecia que eu ia passar muito tempo aqui em BH, mas agora só falta uma semana para terminar o campo todo. O que é meio assustador, porque falta coisa pra caramba. Mas também é bom, porque eu tou louca pra viajar.
E falando em viajar, ao mesmo tempo que preciso fazer um milhão de coisas nos últimos dias, também quero que a semana passe logo, pra matar saudades.

3.12.07


"que nobreza você tem
que seus lábios são reais
que seus olhos vão além
que uma noite faz um bem..."

Fim de um dia de bastante trabalho mental, e uma melancoliazinha percorrendo o ambiente. E quero muito encontrar um lugar onde eu não me estresse. Hoje nem estou estressada como já estive com esse trabalho, o que me parece um bom sinal: agora é exercitar aquilo de tão bacana, que é separar as coisas e acreditar mesmo naquilo que vivo repetindo, é só um trabalho.
No jantar a conversa com a colega de trabalho girava em torno do deus-nos-acuda que será voltar desse trabalho de campo em janeiro. E eu sinto um peso grande, mas no fundo sei que a questão é me organizar, fazer minha parte, descansar nos dias de folga entre natal e ano novo. E exercitar, todo dia, não pegar para mim o que não é meu.
No mais, estou eu aqui me dando conta de que esse ano ganhei um presente tão especial. E que tantas coisas boas e grandes andam acontecendo dentro de mim. E que eu ando vendo as coisas mais bonitas, os dias mais azuis. Que tenho sentido um prazer intenso e literal nessa vida, e isso é o que importa.
Agora dormir, que amanhã vou bem cedo entrevistar prefeito.
E na levada de ser apresentada à música boa pelo moço dos olhos mais bonitos, a novidade por aqui é Buika, que mucho me gusta. Vale a pena conferir.
De volta a BH, cho contar pros atleticanos que ontem voei com os jogadores do galo. E sobre futebol, acho melhor nem falar mais nada, visse? Melhor.
A passagem por São Paulo foi deliciosa, o vôo de volta nem atrasou, só preu ficar com esse gostinho delicioso do fim de semana bem fresquinho aqui na cachola.
E a sobrinhica tá fofa demais, falante demais, simpática demais. E eu mal me despeço dela é já fico com saudade, fazer o quê.