27.2.08

" afinal, tudo o que ela reclama é sossego
pra dar atenção ao seu nego..."

Muitos livros empilhados na prateleira em cima da cama. Uma fila de coisas que eu quero ler antes de me aventurar na seara do doutorado. E quanto mais eu engordar essa pilha, mais postergo a aventura, para ser coerente. Mas não tenho pressa. Ando com pressa de outras coisas.
Na verdade, pressa, pressa mesmo, não ando com muita não. Pelo menos de nada muito concreto. A não ser terminar o projeto atual no trabalho, mas a pressa é muito mais da chefe do que minha, para ser bem sincera.
E hoje a colega de trabalho me diz, aflita, que nunca estourou um prazo, é a primeira vez que lhe acontece isso. E eu poderia lhe dizer, ah, querida, eu nunca cumpri um. Mas não disse.

A melhor notícia é que recebi um e-mail com o novo endereço do meu blog predileto. Porque há dias eu tento, tento, e nada. Já tava me dando gastura, minha gente.

25.2.08

Mas era como se ele quisesse que ela aprendesse a andar com as próprias pernas e só então, preparada para a liberdade por Ulisses, ela fosse dele - o que é que ele queria dela, além de tranqüilamente desejá-la?
Clarice Lispector

24.2.08

Sobre a sucessão em Cuba:

"O que muda, quando se muda e como se muda é um assunto exclusivo daqueles que fizeram a revolução e de quem hoje a mantém viva", disse no domingo o jornal oficial Juventude Rebelde.

notícia na íntegra aqui.
para que servem as ruas
depois de ter você?


Ainda preciso me concentrar. E trabalhar duríssimo essa semana. Mesmo.
Mas estava dando uma boa passeada pelos blogs que gosto. Descobri um blog novo. E fiquei pensando que às vezes tenho vontade de escrever coisas, muitas coisas aqui. Mas ao mesmo tempo, muitas coisas também me parecem indizíveis. Aí não digo, não escrevo. Mas guardo, naquele lugar onde não é preciso dizer, a gente só sente.

21.2.08

E estou aqui, tentando me concentrar. Tá fácil não.
Fico preocupada com prazo, e aí parece que me engessa. Ou eu não tenho mesmo prazer em fazer isso. Não sei. Mas como diria minha vó, que prazer? Isso é trabalho. Eu responderia pra ela que não gosto de trabalhar, eu acho. Aquela lenga-lenga toda.
Então é isso. Precisando concentrar e escrevendo no blog, assim temos passado as horas por aqui.

19.2.08


"o seu gosto
é bem do jeito que eu gosto
bem do jeito..."

Acontece comigo assim: existem músicas que eu ouço e gosto. Mas não necessariamente acontece de ser aquela paixão de cara. Então vou ouvindo, ouvindo. Até que chega um dia em que rola algo como descobrir determinadas músicas, e eu me apaixono. Tá acontecendo isso com a Céu. Eu já gostava, mas nossa, essa semana eu descobri esse cd dela. E já ouvi umas vinte vezes.
E esses dias tou trabalhando em casa. Que teoricamente é lugar onde eu me concentro melhor. Mas bem teoricamente.

17.2.08

"ele sabe dos segredos que ninguém ensina
onde guardo o meu prazer,
em que pântanos beber
as vazantes, as correntes..."

Esse horário que adianta, atrasa, e não sei quê, e começa a anoitecer mais cedo de novo, e isso tudo bagunça um pouco a gente, não? Por aqui, que a coisa já não é lá muito organizada, bagunça.
E hoje assisti Calabar, uma nova montagem. Nem adianta indicar pressa temporada, porque tá tudo esgotado, mas enfim, vale dizer que é sempre bacana ver uma peça do Chico. Porque a gente saca o contexto das canções, né? Gente, achei tão bacana o contexto em que é cantada "Tatuagem" na peça. E "Cala a boca, Bárbara", então? Música que eu acho tão forte, tão intensa. Adorei ver o por quê.
E por falar em música, digamos que terei uma semana musical. Com Ceumar e Dante Ozzetti amanhã, e Rita Ribeiro na sexta. Esse show da Rita é a apresentação do Tecnomacumba no Sesc Pompéia, e eu recomendo, assim, muito mesmo.

14.2.08

Trabalho numa sala junto com umas vinte pessoas. O que significa vinte ramais de telefone. Acontece que essas vinte pessoas não comparecem à empresa todos os dias. Mas seus telefones tocam, diariamente, vinte vezes por dia. É o inferno na terra, lhes digo.
E tem mais. Vinte pessoas significa também vinte celulares, né? Pois é. É telefone tocando o dia todo, aqueles toque mais absurdos. Haja paciência.

p.s. não sei até quando, mas agora posso postar na firrrrma.

13.2.08

Cês conhecem a Orchestra Baobab? Eu não conhecia até poucos dias átras, e lhes digo: música africana da melhor qualidade, vale a pena.
"O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta, esfria, aperta daí afrouxa, sossega e depois inquieta. O que ela quer da gente é coragem. O que Deus quer é ver a gente aprendendo a ser capaz de ficar alegre a mais, no meio da alegria, e inda mais alegre no meio da tristeza! Só assim de repente, na horinha em que se quer, de propósito - por coragem. Será? Era o que eu achava. Ao clarear o dia".
Guimarães Rosa, GSV.

11.2.08

"se seus olhos eu for cantar
um seu olho me atura
e outro olho vai desmanchar
toda a pintura"

Uma coisa que eu queria, acho, é acordar mais cedo. Eu acho, porque ao mesmo tempo gosto tanto de dormir. Mas é muita coisa pra fazer na vida, e nunca que dá tempo. Acho que eu queria mesmo era menos coisa pra fazer e mais tempo pra dormir.
E hoje o dia foi tão bom. Mas tão bom. Tudo que eu precisava de uma segunda-feira, e eu sempre acho que quando as coisas são boas elas têm que ser celebradas, e muito bem, como a segunda-feira foi boa e quente, comprei cerveja no mercadinho. Cerveja e segunda-feira quente é coisa bem boa. Mas melhor de bom mesmo foi comer aroz e feijão em casa na segunda-feira. Que eu nunca como feijão em casa por motivos óbvios (leia-se, não cozinho feijão). E feijão é coisa muito importante no meu mundo, cês não fazem idéia.
No mais, ouvindo Maria Rita cantar "canta, vira a dor pelo avesso, canta...". E eu acho tão lindo esse verso. Canta. Vira a dor pelo avesso. Canta.

10.2.08

Se existisse algo ruim em acordar à uma da tarde no domingo, seria o fato de, uma da manhã da segunda, a pessoa não ter sono, tendo que madrugar no dia seguinte. Mas isso se houvesse algo de ruim. Porque acordar cedo num domingo só seria viável se o sábado fosse muito do chato, sem pizza, chocolate, jazz e mais jazz e etc e tals.
E o domingo que começa a uma da tarde foi dia de comida boa demais da conta. E se houvesse algum senão no fato do namorado cozinhar muitíssimo bem, esse seria o tanto que a pessoa passa a comer, assim, de se entupir mesmo. Mas isso se houvesse algum senão. Porque encontrar senão numa delícia dessa é algo assim como um sacrilégio.
E agora eu tenho um celular hi-tec. Mas veja bem. Aquele manual me dá tanta preguiça. Que dá vontade de continuar usando só pra ligar e atender, e fica por isso mesmo. E por falar em preguiça, já acabou o fim de semana, no creo. Preguiça danada de começar essa semana, ai ai...
"se você quiser saber, interessa?
por que é que eu gosto dele
interessa?
é que ele é meu benzinho
e me trata com carinho..."

8.2.08

"jogue suas mãos para o céu
e agradeça se acaso tiver
alguém que você gostaria que
estivesse sempre com você..."

Os amigos, se não são as melhores coisas da vida, estão bem próximo disso. Porque poucas coisas podem ser melhores do que conversar com a amiga no bar, aquele que é meio que nosso bar, conversar e ouvir dela: ok, eu entendo o que você está falando. Mas essa é só uma parte da realidade. E nada como ter quem lembra essas coisas. E depois de falar muito sério, rir, e se perder, e se achar, e rir de novo e cantar junto uma música, no carro.
E eu não gosto de trabalhar. Pronto, falei. Não gosto, acho chato, perco meu tempo naquele escritório enquanto o mundo acontece lá fora. Mas no final das contas trabalho, e muito, e faz tempo. Nem sempre a gente faz o que gosta, né? E sei lá também o que eu gosto, além de cantar. Mas trabalhar que não é, tou certa disso.

*ouço essa música e sempre lembro de uma pessoa querida, que cantava essa música e trocava na letra por "na rua, na chuva, na favela". ele faleceu há alguns anos, vitima de uma assalto. e hoje eu lembrei dele, e quis contar que tem alguém que eu quero na rua, na chuva, na fazenda, na favela... saudade de ouví-lo cantar.

7.2.08

"como um animal
que sabe da floresta
redescobrir o sal
que está na própria pele"

Tenho quatro mensagens de mim para mim mesma na minha caixa de e-mail. Coisas para eu não esquecer, que mando para mim mesma, mas enfim. Às vezes mesmo assim eu esqueço.
E hoje as pessoas no trabalho não pareciam ter saído de um feriado de carnaval. Estavam todas histéricas, ansiosíssimas, demandando mundos e fundos. O que significa que, além de tudo o mais a fazer, uma das funções de ser coordenadora é lidar com as ansiedades alheias, nem tempo de ter as minhas eu tive hoje.
E se me permitem, eu que cada vez menos tenho sido uma pessoa de defender verdades absolutas, devo dizer que se fosse escolher hoje, uma verdade, escolheria a análise. Porque, meu-deus-do-céu. Eu sei que é o que dá certo para mim. Porque eu volto pra análise depois de um tempo, e as coisas fazem tanto sentido. As minhas coisas. E resumo da ópera, a sessão de hoje girou em torno de: dada a constatação de que esse é um momento importantíssimo de embarcar num processo que há muito eu quero percorrer, a pergunta que fica é se eu quero fazer isso junto. E sim, eu quero. Quero tanto que desde que saí da sessão estou rascunhando a viabilidade disso, porque para além da vontade, o querer de fato exige mais do que querer apenas.

4.2.08

"amanhã ninguém sabe
no peito de um cantador
mais um canto sempre cabe
eu quero cantar o amor
antes que o amor acabe"

1.2.08

"sou sua fonte
sou sua ponte
pro além de nós"

Espinha no rosto, inchaço, constatação de que preciso emagrecer, vontade de usar só roupa larga, nada que aperte. Sensibilidade afloradíssima.
Si si, isso é tpm. Mas apesar dos sintomas, me vesti para ir ao cinema e no espelho me vi bem bonita. Com a sensibilidade aflorada, pensei em uma série de coisas boas de emoção, pensei muito em gostar profundo, e se veio lágrima, foi aquela que celebra o que é bom. Coisa boa, vou me sentindo confortável aqui dentro de mim.
E então fui ao cinema que faz um noitão. Filmes que começam à meia noite, e o cinema vira uma balada. Confesso que estranhei, alguma coisa não cola.
E as pessoas são cada vez mais iguais. Descoladas, alternativas. E cada vez mais, iguais.
O filme que vi é ruim. O signo da cidade. Uma mistura de trama global que se pretende um filme impactante, eu acho. Então algumas cenas incomodam, mas só fica o incômodo mesmo.
Na volta para casa, caminhada pela Paulista, e eu gosto de morar aqui, nesse bairro, nesse apartamento, eu gosto desse quarto e gosto do gostoso que é voltar pra casa.