13.9.06

Biblioteca

Eu penso que biblioteca deve ser um lugar público. Toda e qualquer biblioteca. E você aí está pensando mas isso é óbvio. É não. A biblioteca da GV não é aberta ao público. Vou repetir: a biblioteca da GV não é aberta ao público.
Como assim? Pois é, não sendo.
Você chega numa recepção hi-tec, que parece setor de imigração em aeroporto: quem é você? Aí você explica que gostaria de consultar a biblioteca. Não é aluna? Não. Então não pode. COMO ASSIM? Você insiste: eu preciso consultar uma tese, que foi feita aqui. Não pode. Você fica fula da vida. Pede para a recepcionista ligar na biblioteca. Ela liga e diz: não pode. Você é pentelha e expica tudo de novo: eu preciso, só tem aqui, liga lá e diz que eu sou mestranda de outra instituição. Ela liga. Então a orientação é: você tem que fazer o pedido pela sua instituição e eles encaminham para a GV. Você explica de novo, que, querida, eu moro na rua de baixo, quero apenas ler a tese, ver se interessa, não quero levar para a casa. Não pode. Você já chegou ao ponto de pensar em dizer que precisa apenas pegar a tese na mão, mas mantém sua dignidade, agradece e vai embora.
Mas isso não aconteceu hoje, faz tempo. afinal, quase nem sou mais mestranda, né? Hoje eu fui em outra biblioteca, a da Saúde Pública. E lá você entra na boa. Como em todas as outras bibliotecas da USP. Mas não é só a USP. A biblioteca da PUC também é pública. Puxa, quantas vezes eu estudei lá, quando morava em Perdizes? Naquele forno, em janeirão, o ar condicionado da biblioteca da PUC merecia agradecimento na minha dissertação. E as revistas de Serviço Social que só tinham na PUC? Fui lá, consultei. Porque, meu deus, isso é difusão de conhecimento. Como assim tranca a biblioteca e não pode? Mesquinho, ou falta de cultura de biblioteca, né? Porque o povo te olha com aquela cara de: você não tem o que fazer além de querer consultar a biblioteca? Acho triste.
E também preciso admitir, já que o assunto é bilbioteca, que elas me dão sono. Muito sono. Muito mesmo (óquei, sono comigo é coisa facinho, mas biblioteca está entre as coisas que mais me dão sono no universo). Hoje morri de sono. E fui encontrar a miga querida no café da Fnac, e conversa sobre sobrinhos e família e show e como é boa essa vida single. E aí a gente resolve falar de política no ponto de ônibus, e reclama dos virgens do PT, e ela corre para pegar o ônibus. A vida tá assim, gostosa.

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