23.9.06

O alívio



Acabou. Acabou com distinção, acabou com flores, acabou com amigos e cerveja, música e risada.
Quando saí de casa, de manhã, pensei que o que eu desejava daquela tarde era ficar satisfeita, com a defesa, com os comentários, com o meu trabalho. E no final, aconteceu muito mais do que eu poderia esperar.

Durante a primeira argüição, a que eu mais "temia", sinceramente, fiquei nervosa, não consegui responder tudo, mas senti que meu trabalho foi considerado, lido, avaliado, discutido. A recompensa.

A segunda argüição foi mais tranqüila em termos do meu nervosismo, e no entanto, foi surpreendente. O professor trouxe tantas novas questões, ofereceu tantos contrapontos interessantes. A sensação de que meu trabalho era inserido num debate intelectual profundamente sofisticado foi a coroação da recompensa.

No final, meu orientador fez uma fala bonita, citou um trecho da dissertação, e no final do final ainda repetiu a nota, quando meu avô entrou na sala depois da aprovação já ter sido anunciada. Ele, que durante esses anos meu ensinou muito sobre a vida, e me encantou com uma profunda generosidade, não fez por menos em minha defesa. Talvez por isso a principal qualidade de minha banca examinadora tenha sido a generosidade: eu estava ali com dois professores altamente gabaritados, que me convidaram ao debate, fazendo com que pudéssemos, todos, aproveitar aquele momento da melhor maneira possível.

Depois, a merecida comemoração. Estavam lá o primeiro namorado, o amigo do primário, os amigos da faculdade, do mestrado, os amigos da vida, as amigas que já sabiam que o resultado seria esse, as amigas que estiveram comigo, em todos os momentos, nas lamentações, na leitura, no ombro, no estímulo. O amigo novo que esteve nos últimos dias, muito presente. Estavam meu irmão, minha cunhada, e minha irmã que me abraçou e lembrou do dia em que nós vimos, no setor de informações da USP, a lista de aprovados da Fuvest 1998. Acabou, e mais que alívio, acabou com alegria.

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