23.11.06

Engraçado como a gente conhece as reações dos nossos "pares". Porque hoje eu estava fazendo observações para uma pesquisa numa reunião do C*onselho de Saúde. Lá tem tem professor universitário aposentado, que eu desconfio, provavelmente seja sociólogo. Muito bem. Ele é daquelas pessoas que fazem aquelas caras super denunciadoras. Adoro. Porque eu sou bem assim também.
Então uma pessoa pede a palavra e começa a falar, falar, e cita uma parábola, aquela história de beija flor apagar o incêndio na floresta com o bico, sabe qual é? Pois bem. Na hora eu olhei pra ele, imaginando a cara. Dito e feito. Caretas e mais caretas.
Mas aí a moça consegue se superar. E cita. Quem? Ninguém mais, ninguém menos que Iça*mi Tiba. É que, segundo ela, esse moço "adaptou" a parábola para os dias de hoje. E, nossa. Caras não deram conta. O professor começou se contorcer na cadeira, e se abanar ao mesmo tempo. Eu já imaginei o homem pegando o microfone e mandando a mulher citar auto-ajuda lá na... Não foi o caso, claro. Mas ele manteve as caretas. E eu, a risadinha contida e meio cúmplice.
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E para eu não parecer a mais arrogante depois da historinha acima, devo dizer que na mesma reunião houve uma homenagem a uma ativista do moviment*o de saúde que faleceu. E foi bem bonito. Pediram um minuto de silêncio e algumas pessoas fecharam os olhos, parecia que rezavam. Achei bacana. Porque eu não preciso rezar junto para saber o significado que isso tem, de solidariedade, e tal. Seria uma socióloga de quinta mesmo se não soubesse isso. A questão é que a moça que citava, o fazia como quem cita um grande pensador, a coisa mais genial já dita no mundo, sabe? E cá pra nós, passou bem longe disso.
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E essas reuniões me cansam absurdamente. Cheguei em casa nocauteada, e olha que eu ainda tinha que trabalhar um pouquinho num texto. Tinha significa que já era, claro. E eu também tinha que fazer uma comidinha saudável, porque não queria mais comer porcaria. Mas não havia a menor condição de fazer nada. Aí fiquei largada no puf, vendo novela. E vejo aquela chata da médica, a dra. Helena, falando da inclusão da filha e blábláblá. Falando como *a* politicamente correta. Acontece que ninguém avisou para quem escreve as falas que "criança com deficiência" é super politicamente incorreto? E olha que ela repetiu umas três, quatro vezes isso. E hoje eu tou bem chata.

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