22.2.07

"afagar a terra
conhecer os desejos da terra
cio da terra
propícia estação..."

Bom, temos por aqui muitas cositas para contar. Por exemplo, a conversa que tive com uma autoridade tradicional. Que eu conto logo mais, vamos agora às amenidades.
Estou no quarto, e olhando pela janela, uma ventania daquelas que faz barulho, sabe? É um ciclone que se aproxima. Já falaram por aqui em todo tipo de velocidade que o vento pode alcançar, mas como não temos certeza, deixa pra lá esse detalhe. Registremos apenas que estou num quarto de hotel minúsculo - e a gerente do hotel disse para não ficar perto da janela quando o ciclone chegar, penso então em me esconder no banheiro - a espera do dito cujo. Previsão de que comece às oito da noite. Porque aventura pouca é bobagem.
(vale um parênteses para dizer às amigas que lêem esse blog que não fiquem preocupadas, porque isso não é coisa tão incomum aqui. no final não há de ser nada, ok?)
Além de ciclone, devo informar que ontem servi de banquete para mosquitos. Não tinha acontecido ainda, por causa daquela coisa toda do repelente e tal, mas ontem eles foram mais fortes. Isso significa que estou cheia de picadas e coceira (tenho alergia, só para ajudar). Acho que esses são mosquitos que curtem sangue de gente mal humorada. Porque ontem, nossa. Nem eu me aguentava.
Aí ficava me perguntando, mas K., minha filha, o que aconteceu?
Acontece que eu passo o dia entre hotel e lugares onde realizo entrevistas (que às vezes são legais e às vezes não são, como qualquer outra coisa). Com isso não caminho quase nada que não sejam as escadas (que eu quase não uso mais o elevador, para ao menos escadas subir) e corredores do hotel. E isso me chateia um pouco. Aquilo de ar puro, ver o céu e a rua e enfim. Sinto falta da minha casa e da minha rua, e da minha cozinha. Meus deuses, como sinto falta da minha cozinha.
Porque comida de hotel é aquilo, né? Gostoso e diferente nos primeiros dias, e insuportável quando você decora o menu e tal. Nada de banchá, nada de suco de casca de abacaxi, nada de ovomaltine com torrada e requeijão (o café da manhã é cheio de muitas comidas, mas e se eu não como isso no café da manhã, como fica?). Nada daquele espaguete-receita-minha, com molho de tomate pelado bem pedaçudo.Nossa, até disso eu sinto falta. E assim vamos caminhando por aqui.
Sinto falta de cantar também, mas ontem esqueci que podia ter gente me ouvindo e cantei um bocado. Pois é, minha gente, hoje é dia de reclamar.
Porque é claro que a experiência aqui é fantástica. Muito mesmo, nem posso mensurar. E a equipe com a qual trabalho só tem gente massa. E todo mundo é bacana e tudo mais. Mas que tenho sentido uma falta enorme de casa, isso também é bem verdade.

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