3.4.07

"existem mais mundos
ou altos ou fundos
entre eu e você
existem mais corpos
ou vivos ou mortos
entre eu e você"


Eu às vezes consigo ser bem ridícula. Mas óquei, quem não é?
Ando com saudade do meu blog-diarinho. Fico com a pretensão de contar experiências mirabolantes em África. Mas e todas as experiências mirabolantes internas, não é? Pois é.
Então hoje é um dia que merece uma pausa no relatório pra contar que vivi uma experiência interna, permeada por fatores externos, que foi meio foda.
Eu poderia começar dizendo que já contei o quanto essa sociedade é machista. Mas não posso, porque o que me aconteceu aqui já aconteceu no Brasil, mais de uma vez. Sempre a mesma coisa, um cara com algum poder, que acha que por isso pode te assediar, pegar na tua mão e etc. e tal. Esse é o fator externo, ter que lidar com isso, sempre e sempre. E acho que dispensa dizer que isso não tem nada de legal, não me sinto mais gostosa porque um escroto acha que pode pegar na minha mão e me fazer meia dúzia de "elogios". Acho que me sinto mais gostosa quando passando em frente à cadeia, um preso grita qualquer coisa desse tipo (aconteceu também, hehe).
Mas tem também a experiência interna, que é o que a gente faz com isso.
Porque na hora eu fiquei puta. Muito. E me senti desrespeitada também, muito. Mas agora, contando para a amiga (que milagrosamente apareceu no msn), eu percebi que me senti principalmente vulnerável. Eu não consegui responder à altura, não consegui me defender. E se não fosse o caso de me defender, eu não consegui não me sentir realmente mal com isso e tal.
Pensei que isso tivesse a ver com o monte de coisas juntas que me acontecem por aqui, o tempo que eu tou aqui sozinha, longe de casa e das minhas referências e etc. e tal. Pela primeira vez, detalhe. Mas não sei se é isso não. Pode ser só indignação mesmo, e já acho bem legítimo.

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