7.9.07


Um não sei que, que nasce não sei onde. É Fernando Pessoa, né? Não me recordo muito bem não. Mas as coisas acontecem meio assim mesmo, né? Um não sei que que nasce não sei onde. E eu não sei se esse que tem acento circunflexo. E eu não sei de quase nada. Mas desconfio de muita coisa, e agora é o Rosa. Isso eu sei.
E então a essa hora da noite eu resolvo pensar nesse emaranhado de coisas que eu sou. Começou quando abri minha planilha de gastos e lembrei que faço continhas desde quando recebi meu primeiro salário. Inevitavelmente eu me lembrei também da situação em que arranjei meu primeiro emprego. Lembrei do meu pai deprimido e desempregado. Do quão contrariada eu fiquei quando tive que mudar pro período noturno daquela escola ruim que eu estudava. E então me perguntei por que é que eu às vezes esqueço determinadas coisas e faço de conta que não sou forte. Talvez porque uma das coisas complicadas de virar gente grande muito cedo, é que a gente às vezes ainda quer poder se comportar como uma menina que pede proteção. Mesmo fazendo suas continhas desde os dezesseis.

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