29.11.07

"Jorge sentou praça
na cavalaria
Eu estou feliz porque eu também
sou da sua companhia..."

Então BH está me agradando muitíssimo. À noite o clima é fresco, e passear pelas ruas da cidade é coisa boa de se fazer. Veja. Que até preguiça de ir a São Paulo nesse fim de semana me deu. Preguiça que tem a ver com as não sei quantas viagens que fiz nos últimos dias. Mas se a cidade não tivesse me acolhido, não tem atraso de aeroporto que me prenderia aqui, tou certa disso.
É claro que ir a São Paulo vai ser gostoso. O que não é gostoso é aeroporto, táxi na sexta-feira à noite, ai, a bandeirantes e a vinte e três de maio na sexta à noite, minha gente. Ninguém nesse mundo merece.
E a maluca de plantão aqui ainda quer chegar em São Paulo e pegar sessão de cinema das dez. O filme do Coutinho, que eu vi trailer na quarta (pois é, fui ao cinema aqui e tudo, tão pensando o quê). Filme do Coutinho é sempre uma alegria pra mim, e eu tou muito a fim de ver.
Mas o bom mesmo é que, como volto no domingo à noite, nem vou precisar arrumar E carregar malas. Essa é a segunda coisa que não aguento no momento: malas. E chegar em Congonhas e não ter que esperar pra pegar as malas? Não tem preço, minha gente. Que eu nunca vi um desespero tão grande pra pegar malas como em Congonhas. Será que é o povo entrando no clima?
Pois muito bem. Semana que vem tou de volta a BH. Mas amanhã vou é dar um pulinho na avenida paulista. Vou confessar, deu saudade.

27.11.07

"atenção, precisa ter olhos firmes pra esse sol
para esta escuridão, atenção
tudo é perigoso
tudo é divino maravilhoso"


Cheguei a BH, que já me recebeu muy bién, com comida japonesa depois da meia-noite, entregue no hotel em que o quarto parece um apartamento. Posso morar aqui, minha gente.
E parece que eu tou num lugar legal da cidade. Vamos ver se alguma coisa anima esse meu desânimo todo com esse trabalho.

22.11.07

"diamantina presença
na solidão de quem pensa
só em você..."

Eu bem queria escrever mais no blog, dar mais atenção pra ele. E não é só a falta de tempo que me impede não. É que um monte de coisa que eu penso em escrever, depois "despenso", porque penso que alguém pode me ler, alguém indesejado. Leia-se: gentes do trabaio, saca? Pois é. Aí queria saber se tem um jeito das pessoas não me acharem. Alguém sabe?
Então já começa por dizer que hoje eu cheguei um pouco mais cedo da saga das entrevistas, aí deu pra pegar o solzinho de fim de tarde e aproveitar a piscina. E veja. Tem colega de trabalho que acha que eu sou folgada porque não compactuo com trabalhar aos finais de semana e ficar em qualquer hotel pulgueiro, e não poder voltar pra casa pelo menos uns dois finais de semana em quarenta dias. Então ceis imaginam se o povo sabe que eu ainda aproveito a piscina da colônia de férias que eles me hospedaram?
Aí tava pensando, esses dias, se a questão é eu não ter nascido mesmo pra trabalhar, hohoho. Isso pode sempre ser uma boa opção de explicação, mas preferi, por enquanto, acreditar que o problema ainda é a forma como as coisas se dão, os benditos dos planejamentos que não planejam nada, os benditos dos chefes que mais fazem é atrapalhar a gente, e os benditos dos coordenados... Não, esses deixa pra falarem mal de mim, né? Cada um reclamando do que lhe cabe.

21.11.07

Gente, como esse narrador é chato, né? Mucho.
Estava assistindo o jogo do Brasil no restaurante da colônia de férias, eu e uns quinze homens. E eles falavam cada besteira sobre futebol, viu? Quase que comecei a comentar, preles verem como não tavam entendendo nada do jogo :P
Aí subi pro quarto, pra ver o segundo tempo, e acabei não vendo nada, só trabalhei. E é incrível como determinadas coisas/pessoas brocham uma pessoa. Que eu estou bem brochada com esse trabalho, viu? Vontade de ir pra Bahia, dengo, vontade de me mandar daqui.
E falando do trabalho, na cidadela bem pequeninha mesmo, a f*errovia passa no centro da cidade. E é barulho, viu? Poxa.

16.11.07

"com que mentira abriste meu segredo
de que romance antigo me roubaste
com que raio de luz me iluminaste
quando eu estava bem, morta de medo"

Então o moço dos olhos mais bonitos me deu de presente um monte de coisa boa da Nara Leão, e agora eu fico aqui feliz da vida ouvindo. Diva, né? Adoro.
A vida aqui na colônia de férias está chuvosa e cheia de dias intermináveis de reunião. E conversas de trabalho no jantar, no café da manhã, no carro, na rua, na chuva, na fazenda. E eu não aguento mais.
Simplemente porque não levo o menor jeito pressa coisa de trabalhar de manhã, de tarde e de noite. Eu me canso logo, eu disperso, eu perco a paciência. Nada para mim é tão urgente. E acho que uma pessoa assim não pode fazer o que estou fazendo agora. Era pra eu estar chamando a equipe pra fazer reunião o tempo todo, era pra eu estar histérica, mas não estou. Isso não quer dizer que eu não estresse com esse trabalho. Estresso e muito. Mas são outras coisas, mais abstratas, sei lá. Essa coisa prática parece que não me atinge, e sou eu quem tenho que pedir calma e um tempo pra descansar, pra minha equipe. Chega a ser engraçado, mas isso tudo tá só no começo. E já estou achando um saco. Ser cobrada quando eu que deveria cobrar. Deveria?
Aí aqui, tendo que fazer coisas e mais coisas, planejamentos e mais planejamentos, etc e tals, eu fico é pensando no quanto queria ser cantora. Ou estilista, né? E ler sociologia de quando em vez, quem sabe. E com isso disperso mais um bocado, e essa noite não vai ter fim não, com tanto planejamento que tenho que me planejar pra fazer.


15.11.07

Meu corpo somatiza, isso é um fato. Aí o colega de trabalho resolve que pode mudar os roteiros de entrevista da parte da pesquisa que me cabe, e minha garganta começa a doer, eu aqui com dificuldade pra engolir. Mais claro só se meu braço sair socando colegas de trabalho assim, involuntariamente.
E tem ainda a história de se sentir pressionada, né? Então acordei com dor pra respirar. E assim seguimos por aqui.
No mais Aracruz tá parecendo colônia de férias. Pousada de frente pro mar, que tem um daqueles clubes com piscina pra criança, saca? E amanhã acordar as oito pra trabalhar, meio que não combina.
E o assunto no jantar era a importância da análise na vida da pessoa. O que nos revela. Uma constatação de que nos revela principalmente nossos mecanismos, aquelas coisas que a gente não muda, mas aprende a conviver. E eu já sei que tenho meus cinco minutos, que pode ser medo, fúria, infatilidade ou seja lá o que for. Coisa que depois eu racionalizo mesmo, na boa. E o grande lance é aprender a fazer com que dure mesmo cinco minutos, e não cinco horas ou cinco dias.

14.11.07

"espero ser uma pessoa quase sã
pra nunca ter que conhecer o diazepan
."

Até no hotel eu deixo toalha molhada em cima da cama. Ou melhor, inclusive no hotel, né? Por que não deixaria?
E vida de hotel tudo de novo, quarenta dias. Mas dessa vez com uma equipe que parece que eu coordeno. Cada uma que a gente se mete, né? Nem digo nada não.
Mas parece também que volto pro natal. Vinte e dois de dezembro, hein, minha gente? Imaginou o aeroporto, né? Beleza.
Djavan dizendo aqui "que se é por amor que a gente briga". E num é? Briga pra ficar junto esse povo. Depois chega a ser engraçado, como a gente infatiliza junto daquilo que gosta muito. Mas ao mesmo tempo a gente também cresce, e quer ser mais bacana pra merecer o bacana de ficar junto, e é sempre essa sinfonia que pra afinar às vezes precisa desafinar, né? As arestas pela vida afora. E isso foi só uma digressãozinha ouvindo música mesmo, voltemos a Vitória.
Tou por aqui. Aí amanhã Aracruz, semana que vem BH até dezembro, vinte e dois. Pois é povo de BH, tou na área a partir de 26 deste mês que tá voando. A gente se vê, né?
E minha sobrinha tá tão fofa. Eu já tou é com saudade dela aqui nesse hotel chato. Dela me abraçando e dando beijos, vários, e me chamando de "sia"(que tia na lingua dela). E ela já fala "Maria Eduarda Guti*erres", também na língua dela. Fofa, minha gente. Muito.

10.11.07

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me dió dos luceros que cuando los abro
Perfecto distingo lo negro del blanco
Y en alto cielo su fondo estrellado
Y en las multitudes el hombre que yo amo

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado el oído, que en todo su ancho
Traba noche y dia grillos y canarios
Martirios, turbinas, ladridos, chubascos
Y la voz tan tierna de mi bien amado

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado el sonido y el abecedario
Con él las palabras que pienso y declaro
Madre, amigo, hermano y luz alumbrando
La ruta del alma del que estoy amando

Gracias a la vida,que me ha dado tanto
Me ha dado la marcha de mis pies cansados
Con ellos anduve ciudades y charcos
Playas y desiertos, montañas y llanos
Y la casa tuya, tu calle y tu patio

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me dió el corazón que agita su marco
Cuando miro el fruto del cerebro humano
Cuando miro el bueno tan lejos del malo
Cuando miro el fondo de tus ojos claros

Gracias a la vida, que me ha dado tanto
Me ha dado la risa y me ha dado el llanto
Así yo distingo dicha de quebranto
Los dos materiales que forman mi canto
Y el canto de ustedes que es el mismo canto
Y el canto de todos que es mi propio canto

Gracias a la vida

Violeta Parra cantanda por Mercedes Sosa