30.11.06

"Há sempre algo de ausente
que me atormenta"
Camille Claudel

29.11.06


Noite passada tive um sonho estranho, passava pelo caminho que dava na casa do ex-namorado. E acordei com uma frase dele martelando na cabeça: "você é muito dura com o seu pai". Sempre desprezei a opinião dele sobre minha relação com o meu pai, afinal, o que ele sabia sobre o meu pai e nossa relação sagrada? Ora, ora.
Entendi então, enquanto tomava meu chá verde matutino, que ele falava do meu pai para falar de si. Puxa, como eu era dura com ele. Como era dura com o ex antes dele - e esse era igualzinho ao meu pai, aceitava minhas maluquices todas sem questionar. E sim, eu sou dura com o meu pai. Altas análises logo pela manhã.
Aí tomei café com as amigas e contei minhas brilhantes conclusões. Terapia em grupo, minha gente. Decidi que não quero ser tão dura com o meu pai-herói, ó deuses, ele é um ser humano.
Do mesmo modo, não projetar nos namorados tamanha exigência. É coisa que não acaba mais pra aprender nessa vida.

28.11.06


Viajei doze horas nas últimas 48 horas. E olha que eu não gosto nem um pouquinho de viajar de ônibus. Fico com dor de cabeça e faniquito de impaciência.
Aí na viagem de volta, resolvo lembrar que não tenho trabalho para o ano que vem, mas tenho uma casa para sustentar (essa foi super mãe-de-família, não? ué, mas eu sou, a família single da srta. gutierres). Auto-azucrinação pouca é bobagem, afinal.

24.11.06

Hoje teve segundo tempo da pesquisa nos conselhos, e lá fui eu. Horas e mais horas, um sem fim de discussões. Mas eu gosto de ver aquele povo debatendo política de s*aúde. Principalmente o pessoal do movimento popular, é claro. E os representantes dos trabalhadores e as alianças que eles constroem. É claro que a academia tem diversas questões em relação aos moviment*os populares, algumas bastante importantes, mas eu te digo, é muito bacana ver assim, de verdade, acontecendo. Porque aí faz mais sentido a epígrafe da minha dissertação, em que eu cito Guimarães dizendo que "uma coisa é pôr idéias arranjadas, outra é lidar com país de pessoas, de carne e de sangue". É, ah se é.
Mas uma hora essa reunião acaba, e então três horas da tarde engulo um temaki e corro para o seminário de comemoração do aniversário do centro de pesquisas com o qual colaboro. Eu, pobre mortal. E quem está na mesa de debates? Ah, não vou botar o nome aqui não, porque o goo*gle acha e blá. Mas vou te contar, uma mega referência intelectual e do pensamento de esquerda. Aí tinha ministros lá também. Bacana. A discussão era sobre a esquerda e a democracia.
Volto pra casa, abro meu e-mail. Um convite para homenagear um professor que o departamento perdeu recentemente. Para mim e para os pesquisadores amigos lá do centro de pesquisa. E eu vou te dizer. As referências bibliográficas todas, ali, no meu e-mail. Fiquei me sentindo pesquisadora por uns minutinhos.
Então lembrei que uma colega me disse, uma vez, que para mim meu orientador era o máximo, mas para a maioria absoluta das pessoas, ele é um anônimo. Sim, eu sei bem disso. Mas em relação a um monte de gente que eu admiro muito (esses, conhecidos por meia dúzia de gente) eu ainda guardo um certo encantamento. Momentos depois de me sentir pesquisadora eu senti de novo aquela sensação de segundo, terceiro ano de graduação, em que eu olhava para um professor e pensava: nossa, esse é fulano? Uau.

23.11.06

Engraçado como a gente conhece as reações dos nossos "pares". Porque hoje eu estava fazendo observações para uma pesquisa numa reunião do C*onselho de Saúde. Lá tem tem professor universitário aposentado, que eu desconfio, provavelmente seja sociólogo. Muito bem. Ele é daquelas pessoas que fazem aquelas caras super denunciadoras. Adoro. Porque eu sou bem assim também.
Então uma pessoa pede a palavra e começa a falar, falar, e cita uma parábola, aquela história de beija flor apagar o incêndio na floresta com o bico, sabe qual é? Pois bem. Na hora eu olhei pra ele, imaginando a cara. Dito e feito. Caretas e mais caretas.
Mas aí a moça consegue se superar. E cita. Quem? Ninguém mais, ninguém menos que Iça*mi Tiba. É que, segundo ela, esse moço "adaptou" a parábola para os dias de hoje. E, nossa. Caras não deram conta. O professor começou se contorcer na cadeira, e se abanar ao mesmo tempo. Eu já imaginei o homem pegando o microfone e mandando a mulher citar auto-ajuda lá na... Não foi o caso, claro. Mas ele manteve as caretas. E eu, a risadinha contida e meio cúmplice.
***
E para eu não parecer a mais arrogante depois da historinha acima, devo dizer que na mesma reunião houve uma homenagem a uma ativista do moviment*o de saúde que faleceu. E foi bem bonito. Pediram um minuto de silêncio e algumas pessoas fecharam os olhos, parecia que rezavam. Achei bacana. Porque eu não preciso rezar junto para saber o significado que isso tem, de solidariedade, e tal. Seria uma socióloga de quinta mesmo se não soubesse isso. A questão é que a moça que citava, o fazia como quem cita um grande pensador, a coisa mais genial já dita no mundo, sabe? E cá pra nós, passou bem longe disso.
***
E essas reuniões me cansam absurdamente. Cheguei em casa nocauteada, e olha que eu ainda tinha que trabalhar um pouquinho num texto. Tinha significa que já era, claro. E eu também tinha que fazer uma comidinha saudável, porque não queria mais comer porcaria. Mas não havia a menor condição de fazer nada. Aí fiquei largada no puf, vendo novela. E vejo aquela chata da médica, a dra. Helena, falando da inclusão da filha e blábláblá. Falando como *a* politicamente correta. Acontece que ninguém avisou para quem escreve as falas que "criança com deficiência" é super politicamente incorreto? E olha que ela repetiu umas três, quatro vezes isso. E hoje eu tou bem chata.

22.11.06

Importante

Eu soube da campanha Xô Sarney por conta deste post. Reproduzi a figura aqui, aderindo à campanha que, como ela bem diz neste post, tomou conta da blogosfera, ao reivindicar e defender o direito à liberdade de expressão. No entanto, o marqueteiro Antônio Melo tomou para si a criação da campanha, dizendo, em entrevista à Veja, que foi uma estratégia de campanha formulada por ele. Isso é mentira. Detalhes no Biscoito Fino e no blog da Alcinéia.

21.11.06

Baratas deveriam ser proibidas de entrar na casa de mulheres que moram sozinhas.
Hoje acordei com vontade de estudar psicanálise. Procurei cursos, e diante do preço, desisti. Voltamos para a ciência política.
Quer dizer, voltamos no ano que vem. Não quero saber de ciência política esse ano, está claro? Estou exausta. Queria esvaziar minha cabeça das palavras um pouquinho só.
É que ela não dá um tempo, cruzes.
Essa semana tem feira do livro na USP. Não posso nem ao menos passar perto, veja bem. Pobreza absoluta mesmo.
Então vou mandar currículos para escolas também. Não, não quero dar aula pra adolescente, assim, na verdade. Mas em terra de cego, já sabe, né?
No fim das contas sei lá o que eu quero fazer. Acho que nada.

20.11.06

Nunca mais na vida eu quero trabalhar em fim de semana e feriado - ou apenas quando for estritamente necessário. Tudo bem, dessa vez é. Mas mesmo assim. Queria comer comida da mami e brincar com a sobrinha, passar no cinema na volta. E estou aqui. Com o relatório.

18.11.06

Então tá tudo assim, super, aquele bom humor, aquela paz de espírito, quando você recebe a notícia que precisava para tornar tudo mais perfeito: aquele relatório que era para dezembro deverá ser entregue na semana que vem. Ótemo. Vou ali me jogar e já volto.
***
Mas o que há de se fazer, vamos ao bendito relatório. No sabadão. O que anima é que eu já emagreci na primeira semana da dieta mais séria da vida. Giu, Rê e Fran são testemunhas da minha força de vontade, nem bebi no domingo. E isso é MUITA força de vontade, visse?
Para que o sábado não fosse uma completa catástrofe, tinha ingressos para um show bacana. Chance de apresentar música brasileira à amiga chilena, e foi tão legal. Monica Salm*aso com um repertório diferente, banda diferente, arranjos diferentes. E aí, não há mau humor nem ziquizira que resista a um baixo acústico e um baixista tão bom e bonito. Viajei.
Menção especial a um arranjo de Dori Ca*ymmi para "suíte dos pescadores". O baixo mais evidente, o violão marcando, bem diferente e lindo. Caramba, acho que Dori é um dos melhores arranjadores mesmo.
O show foi tão bacana que a gente tomou chuva na volta e nem ligou. Aí entramos no metrô descabeladas e o moço queria vender guarda chuva "para não estragar o penteado". Veja bem. Eu acho que ele estava tirando sarro da nossa cara.
No mais, deixa eu dizer para vocês que fiquei embasbacada com a Penél*ope Cruz em Volver. Linda.

Volver



Eu ando pelo mundo prestando atenção em cores que eu não sei o nome
Cores de Almodóvar, cores de Frida Kahlo
Cores...
Adriana Calcanhoto

16.11.06

Eu sei que vai passar, a nuvem negra acaba quando chove, eu sei. Mas olha. Hoje eu bem queria virar pó.

15.11.06

Deixa eu contar procês que ontem fui dormir frustradíssima. Porque finalmente decidi não enviar um artigo para uma revista.
Porque teve uma chamada de artigos sobre um tema específico, e eu tratei esse tema na dissertação. Mas não de forma suficientemente aprofundada para virar artigo específico. Essa questão estava inserida na questão maior da dissertação. Aí a tentativa de artigo que esbocei ficou muito da capenga. O sensato era não enviar mesmo, eu sei.
Mas, minha gente. Eu fiquei tensa. Frustrada mesmo. Ia mudar a vida mandar essa artigo, até parece. Aí ligo o botão da auto-azucrinação. Resolvi fazer balanço da vida acadêmica aos 27 anos, e às duas da manhã. Fazer lista do que eu quero falar com o ex-futuro-orientador. Aí outro martírio, porque eu lembrei que nunca mais falei com ele depois da defesa. E deveria falar pra quê, meus deuses?
Dá um tempo pro homi, né?
Dá um tempo pra si, srta. K.

13.11.06

Aviso aos navegantes

- Eu só quero alguém que goste de mim, não seja mentiroso e saiba usar vírgulas. É pedir muito?
- HAHAHA!

12.11.06

Pela Internet

Criar meu web site
Fazer minha home-page
Com quantos gigabytes
Se faz uma jangada
Um barco que veleje

Que veleje nesse infomar*
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve um oriki do meu velho orixá
Ao porto de um disquete de um micro em Taipé

Um barco que veleje nesse infomar
Que aproveite a vazante da infomaré
Que leve meu e-mail atéCalcutá
Depois de um hot-link
Num site de Helsinque
Para abastecer

Eu quero entrar na rede
Promover um debate
Juntar via Internet
Um grupo de tietes de Connecticut

De Connecticut acessar
O chefe da Macmilícia de Milão
Um hacker mafioso acaba de soltar
Um vírus pra atacar programas no Japão

Eu quero entrar na rede pra contactar
Os lares do Nepal, os bares do Gabão
Que o chefe da polícia carioca avisa pelo celular
Que lá na praça Onze tem um videopôquer para se jogar
Gilberto Gil.
*que veleje nesse info-mar não é muito legal? adooro esse homi.

Quanta


Essa semana eu queria um cd alto astral. Pensei logo no Gil, e peguei Quanta, um cd que eu comprei há pouco tempo e ainda precisava descobrir. E que feliz descoberta!
Além das músicas que eu já conhecia, uma me chamou a atenção e conquistou. Chama "Dança de Shiva". Como o título diz, a música convida a dançar, uma delícia.
Fiquei ouvindo também "Guerra Santa" e lembrando o quanto eu gostei dessa música quando foi lançada. Mas então é preciso contextualizar. Para quem não sabe ou não lembra, em 1996, acho, houve um evento com o bispo daquela igreja un*iversal, uma coisa de chutar a santa e etc. Então o Gil fez essa música ótima, falando da intolerância religiosa. Hoje eu acho que naquela época rolava comigo o iníciozinho do meu processo de elaborações sobre o que eu acho do mundo, da religião, etc e tal. Eu tinha uns dezesseis anos, acho. E essa música falou muito comigo, eu ficava cantando como quem repete: "também acho, Gil, também acho!".
Essa música tem um verso muito lindo e especial, no qual ele diz:

"um vende limões, o outro vende o peixe que quer
o nome de deus pode ser oxalá, jeová, tupã, jesus, maomé
maomé, jesus, tupã, jeová, oxalá e tantos mais
sons diferentes, sim, para sonhos iguais"

E eu pirava nesse verso. Porque, nossa, é isso mesmo, eu pensava. As pessoas procuram deuses diferentes, mas no fundo, muitos sonhos não são iguais?
Aí que o tempo passou, eu fiz faculdade e achei que tinha me tornado uma pessoa materialista. O que é um pouco verdade. Não acredito em nenhum desses deuses. Mas ouvindo outra música desse cd, "Graça Divina", uma complementação dessa idéia me pegou. Gil diz assim:

"graça divina no dom que a retina tem, de reter a cor
graça divina no dom que a aspirina tem, de aspirar a dor
a eficácia que a graça divina tem
um pé na farmácia outro no amor...".

Então eu continuo atéia. E vendo uma graça tão bonita no humano. Quanta coisa ainda para ver.
E eu acho que essa sensação de complementação perpassa todo o cd. Uma música emendando em outra. Pareceu-me uma longa conversa com o Gil. Ele cantando/contando, e eu sacando. Porque tem a primeira faixa, que dá nome ao disco, e é cantada com o Milton, diz assim, tão bonito:

"arte de criar o saber
arte, descoberta, invenção
theoría em grego quer dizer
o ser em contemplação"

Além, ainda tem a famosa “Pela Internet”, tão apropriada ao nosso mundo blog. Essa me lembra o Hollywood Rock de 1996, no Pacaembu, meu primeiro mega show. Merece um post, na íntegra. Em seguida.

10.11.06

O inconsciente é mesmo incrível. Porque eu ando meio insatisfeita com o meu pai. Óquei, eu sou bastante exigente com ele, *o* herói. Mas independente da procedência da reclamação, o fato é que depois de conversar com a minha irmã por horas, eis que vou dormir. E sonho.
Nós duas (minha irmã e eu) andávamos, com a idade de hoje, no bairro da infância. E duas meninas nos assaltavam. Elas tinham um revólver muito do vagabundo, e eu pegava para ver se era de verdade. Era meio de brinquedo e meio de verdade, porque tinha balas. Sei lá, bem doido. Como eu sei? Porque no sonho eu atirei. Para o chão, só pra saber.
Então a gente ia parar na casa das meninas, elas queriam saber o que eu tinha na mochila (era o notebook) e eu tentava enganar, desviar o assunto. Minha irmã estava meio nervosa, meio prudente, que é bem o jeito dela. Virginiana que é.
Muito bem. Quem chega na casa das meninas, procurando a gente? Sim, meu pai. Então eu olho pra ele e digo, assim, sem som, sabe? Digo: chama a polícia. E sabe o que ele faz? Diz, alto e em bom som: o quê? chamar a polícia?
Juro que ele fez isso no sonho. E eu só pensava: que ódio, que raiva, não acredito, nem pra me proteger direito...

9.11.06

Belo Horizonte

Gostei muito de Belo Horizonte. Não tem serras, mas tem ladeiras, veja bem.
Na verdade eu passeei bem menos do que gostaria. Porque fui à trabalho e efetivamente tive que trabalhar, enfim. Mas deu para conhecer um bocadinho e gostar um tantão.
Cidade é cidade, né? E eu adoro cidade. Adoro andar pela cidade, tentando descobrí-la no que não é turístico. Com BH foi mais ou menos assim.
Porque no sábado cheguei e fui procurar um lugar pra comer, afinal, a comida do hotel era, digamos assim, caríssima. Aí andei, andei. Mas eu estava no centro, era sábado à tarde, e parecia que estava tudo fechado. Acabei comendo pão de queijo no café do Congresso, veja que triste. O mercado central fica em frente ao prédio que abrigava o evento, mas estava tão cheio que eu não me aventurei muito por lá nesse dia. Comprei só uma frutinha mesmo e me fui.
Mas no domingo já passeei mais à vontade, andei bastante pelas ruas de BH, andei no parque, andei, andei, tanto que ao final do dia estava um trapo. Mas o mais bacana foi a sensação boa de andar à vontade pela cidade. Só sinto o mesmo no Rio, mas lá eu vou desde sempre, então não conta, né?
Aí na terça, o dia mais bacana de todos, fui ao Museu de Artes e Ofícios e conheci as me-ni-nas. Ah, as meninas são tão bacanas, minha gente. Os maridos delas também são tão bacanas. Então eu quis voltar à BH assim, sempre sempre, pra sentar no bar e conversar assim sempre.
Finalmente o blogger me deixa postar. Mas agora estou com pressa e nem posso escrever muito. Só que estou perplexa com a montanha de trabalho até o natal... Isso se eu conseguir terminar tudo. Saco, mil vezes.
Perplexa também com a conta bancária. Assunto proibido mesmo.
Hoje comecei a dieta mais séria da minha vida, desde aquela que eu fiz aos dezoito anos para perder dois quilos (eu pesava 57. ai, como eu era ridícula. nem vou contar quantos quilos quero perder dessa vez, porque deprime).
E eu quero contar do quanto gostei de BH, mais tarde.

3.11.06


Mala pronta, casa meio arrumada (não gosto de viajar e deixar bagunça - é muito ruim quando chego). Melhorei muito nessa coisa de arrumar mala.
Hoje senti muito cansaço e dor nas pernas. E é necessário que eu deixe de ser sedentária.
Ainda ando às voltas com a sensação de que eu preciso ler mais, trabalhar mais, enfim, ter mais disciplina mesmo. A questã é essa, o mínimo de disciplina.
Aí resolvi não entrar no msn nunca mais, mas não adianta. Arrumo outra distração. Mas tudo isso é assunto para outro post.
Gravei músicas do Milton no computador para ouvir em Minas. Pensei em gravar Ceumar, e lembrei que tem show dela na abertura do Congresso, veja que chique.
Eu nunca fui a Belo Horizonte. Então eu fico imaginando serras, porque só conheço o sul de Minas. Depois penso que BH não deve ser assim, porque é cidade grande. Amanhã eu descubro.
Amanhã cedo. E eu não gosto de nada cedo, já contei aqui, acho.

2.11.06


Hoje convidei a família para almoçar aqui. E o dia foi atribulado, porque ontem não consegui deixar nada preparado (é necessário preparar umas coisas antes, porque eu não acordo cedo, sem chance).
Então meu resto de manhã foi aquela correria. Além de tudo, tinha que passar pano na casa toda, porque minha sobrinha está engatinhando, então sabe como é.
Aí demorei muito pra colocar a carne para assar, disso decorre que demorou muito para ficar pronta, e o povo já estava aqui, e eu esqueci de comprar umas coisas pra beliscar. Enfim, foi tenso. Mas saiu. Fiz picanha com ervas finas.
Pessoas, é muito fácil. Compra uma peça, tempera com sal grosso e ervas finas, embrulha no papel alumínio e coloca para assar. Tem que virar na metade do tempo, e hoje eu descobri que o tempo varia de acordo com o tamanho da peça. Isso é óbvio? Eu não sabia. Não sabia que assar uma carne para duas pessoas é diferente de assar para dez. Pois é.
Pra acompanhar, purê de batata doce. Facílimo também, cozinha a batata, espreme, junta com um pouco de creme de leite e um pouco de margarina (tudo light, né) e um pouquinho de sal, que é pra manter aquele docinho da batata. Delícia mesmo. Eu adoro doce com salgado.
Foi isso que eu fiz hoje. O bom de receber a família é que eles são família. Então depois do almoço eu me larguei no puf e cada um por si. Uma confusão aqui em casa. Veja só: pai, mãe, irmã, sobrinha, irmão, cunhada, primo-esposa-e-filha, primo-esposa-e-filho (pequenino, cinco meses) e avô. E a casa muda tanto com tanta gente. Afinal, quando muito tem duas pessoas aqui, né?
Eu teria vários posts para contar todas as coisas que eu pensei durante as duas horas de intervalo entre acordar e família tocar o interfone (porque é incrível, quando a visita chega a gente não pensa mais, suspende até dar aquele último tchau fechando a porta do elevador). Mas é claro que eu não lembro de mais nada. Quer dizer. Lembro que eu pensei em fazer a mesma comida para as minhas amigas, quando a dissidente do nordeste estiver em Sampa. Mas aí lembrei que ela não come carne vermelha.
Mas enfim, eu dei o último tchau fechando a porta do elevador. Fiquei uma hora deitada no puf, exausta, depois fui à locadora, peguei aquele filme mulherzinha e comi homus com pão. Um pão adormecido que ia virar torrada, mas teve que ser esquentado porque a padaria não tinha pão francês. Olha, eu vou te contar. Os estabelecimentos comerciais da minha rua, só vendo pra crer.
Então fiquei por aqui, curtinho o filminho, pensando nas milhares de coisas que eu ainda tenho que fazer antes de viajar, incluindo aí um relatório e arrumar a mala. Morrendo de preguiça em imaginar que eu posso pegar aquela confusão no aeroporto, aquela gente chatíssima. Muita preguiça de gente chata.
E aí cheguei a uma conclusão. Porque eu realmente tenho pensado nessa possibilidade de namorado e talecousa. Mas tem que ser um namorado que me deixe ficar em paz, sozinha, entende?