31.10.06


Acabo de comprar uma tv a cabo
Acabo de entrar na solidão a cabo
Acabo de cair no 16 a cabo
Acabo me tornando usuário
TV a cabo - Otto
Faz umas duas semanas que eu desliguei a tv a cabo. Porque eu não assisto, basicamente.
Aqui no condomínio rola um custeio da mensalidade porque os canais não pegam bem. Efeito das antenas da Paulista, suponho. Aí eu acabei aderindo à tv por assinatura, me empolguei um bocadinho com o C*nal Brasil, até. Mas no fundo, eu não assisto mesmo, não tenho o hábito.
Então voltei ao hábito que cultivo desde que moro sozinha, que é alugar filmes na segunda, na terça, quando as locadoras estão vazias de gente e cheias de filmes. Hoje assisti D*epois daquel Baile, um nacional. Com o M*arcos Caruso, que eu adoro.
Na verdade eu queria escrever um post ainda sobre a reeleição, e sobre as coisas que emergiram com a campanha, e etc. e tal. Mas ando cansada que só vendo.

29.10.06

Lula Presidente




E eu estava lá. Enquanto aguardávamos a chegada do nosso presidente, um brasileiro passou por nós carregando a imagem da santa, pagando sua promessa. Mulheres do movimento de mulheres petistas passaram tocando seu afoxé. Bandeiras de todos os tamanhos tomavam a avenida, como não poderia deixar de ser. Nossa militância estava na rua, festejando a nossa eleição. Como lembrou o presidente, essa também foi a vitória de quem defendeu bravamente o nosso governo nos momentos mais difíceis, aguentou desaforo, não esmoreceu. Foi com muita felicidade que eu vi a militância tingindo de vermelho a Avenida Paulista. Orgulho de ser Lula, orgulho de ser PT.

27.10.06

Hoje a novidade é que eu caí no meio da rua. Quase em frente ao hospital das clín*cas, veja bem. Eu até tentei sair à francesa, no melhor estilo classuda, mas não foi possível, visto que um vendedor ambulante insistia para que eu me sentasse no banquinho dele. Muito provavemente esta alma caridosa custava a acreditar que eu era tão tonta a ponto de me espatifar assim, do nada: ele achava que eu estava com tontura, veja que fofo.
Eu só estava com sono. O que não é desculpa para absolutamente nada, porque cair não é uma coisa tão episódica assim na minha vida. Há uns dois anos átras eu torci o pé e caí no meio da rua, na Xavier de T*oledo, que para quem não sabe fica no centro do centro da cidade de São Paulo. Não bastasse cair, eu desmaiei de dor no pé torcido. Juntou gente, fui para o hospital no carro da polícia. É uma baixaria átras da outra essa minha vida.
O que se repete nos tombos, além da destreza dessa que vos fala, é o tipo do salto do sapato. Eu sempre viro o pé com salto anabela, não tem jeito. Risco de vida mesmo, acabei de constatar.
***
Só mais duas coisinhas:
  • Congresso em BH na semana que vem. Dicas do que fazer por lá à noite são bem vindas.
  • Ouvi dizer que tá 63.2% pra nóis, né? Uia.

25.10.06


Eu tenho um milhão de coisas para fazer. Vários relatórios, um artigo. E muito mais, não vou listar. Eu tenho uma rinite que resolveu me atacar DUAS vezes no mesmo mês. Uma casa que não veio com autolimpante. E nenhuma vontade de fazer absolutamente nada, é claro.

24.10.06

que é que tu vê
que que tu quer
tu que é tão rainha?
Caetano - Branquinha
Então eu nem consegui dormir direito até agora. Porque ontem deitei às duas e hoje acordei oito e meia. Nossa, todo o sono do mundo reside em mim. Mas estou ultra convencida de que acordar mais cedo vai salvar a minha vida.
Tenho pensado que tudo é uma questão de abrir os olhos. Porque ontem eu estava caindo de sono no metrô. E mesmo assim pude retribuir a paquera do moço mais gatinho que cruzou meu caminho nos últimos meses. E onde eu estava que não reparava as pessoas me paquerando (tampouco paquerava, é lógico)? De olhos bem fechados, suponho.
Aí hoje eu almocei numa praça de alimentação. Detesto. Porque meu paladar tá muito ligado ao olfato (quando a rinite não impede, claro). E praça de alimentação cheira a Mc Donald's quando você chega e cheira à enjôo quando você termina a refeição. Além daquela coisa toda ser muito pasteurizada. Parece que não importa o que você pede, tem o mesmo gosto.
E passar pelo shopping é sempre um bom exercício de observação do comportamento humano. Porque tem um supermercado no shopping. Para ir ao estacionamento, você pode descer numa esteira rolante ou num elevador. Aí a pessoa escolher descer pelo elevador, lotado, com um carrinho de compras à tiracolo. E viva o bom senso!

23.10.06

Eu não costumo acordar antes das dez da amanhã. Por isso, vivo culpada, achando que acordar mais cedo resolveria todos os males da minha vida. Então hoje eu tinha uma reunião e acordei às sete e meia. Sete e meia. É muito cedo por aqui.
Pela manhã eu estava toda alegrinha, fingindo que estava bem disposta, pra dar legitimidade à minha teoria: meus problemas acabaram, acordei cedo. Bem... Depois do almoço, ah. A coisa foi mudando de figura.
Então corri para ver um filme da mostra. Não deu para ver o que eu programei, que era meio famosinho, e não tem jeito. Segunda-feira, três da tarde e os seres humanos lotam salas de cinema em São Paulo. Ô cidade antipática.
Aí assisti um outro, americano alternativo. Beleza, gostei. Mas senti TANTO sono. O que não tem nada a ver com o filme, tem a ver com sete e meia. Eis que, sabendo que teria que trabalhar ainda hoje, resolvi tomar uma cerveja em casa. Tomei duas. E o sono? Nem digo mais nada. O mal humor alcança nível recorde, e sei lá o que será de mim até que eu possa, finalmente, cair na cama again.

20.10.06

Muito oportuno

Eu não sou moralisra, eu desconfio do moralismo. Para mim, por trás do moralismo sempre há um mar de lama.

Zé Celso Martinez, no Canal Brasil.

Falando em filme, estou eu aqui animadíssima com a mostra. Porque ano passado eu estava tentando escrever uma qualificação, e não fosse por três filmes, o evento teria passado batido. Esse ano, livre das correntes, já comecei minha programação.
Aí tem a retrospectiva Cinema Político Italiano, com presença maciça dos longas de Etore Scolla, um dos meus cineastas favoritos ever. E tem o filme do Manoel de Oliveira, "Belle toujours - Sempre Bela", que eu estou doida pra ver. E tem tantos e tantos desconhecidos. Vou me esbaldar, minha gente.

19.10.06


Assisti Pintar ou fazer amor por acaso, convite inesperado de uma amiga no meio da tarde. Por acaso, também, o casal protagonista do filme conhece um outro casal com o qual descobrem novas possibilidades de viver sua sexualidade.
Eu não sabia nada sobre o filme, e gostei tanto, que quando cheguei em casa fui buscar sinopses e críticas. Vi uma que dizia algo como "é um filme sobre swing na meia idade". E esse tipo de crítica rasa era o que eu queria mesmo ter lido, para discordar. Inclusive porque corrobora o que eu pensei ao assistir o filme.
Eu já li nessas revistas femininas pseudo-liberais, coisas como "guia prático para frequentar casas de swing". E, nada contra quem frequenta, pensei: nossa, será que para essa revista a medida de liberdade sexual é consumir casas de swing? Além do guia prático, a matéria dizia algo do tipo "swing é a nova maneira encontrada pelos casais para driblar a rotina" e blablablá.
E o filme, que aborda a troca de casais, consegue fazê-lo de uma maneira complemente diversa. Porque o filme é principalmente bonito. E é um filme de amor. De duas pessoas que se amam, descobrindo outras formas de relação com o corpo, com o amor. Não tem guia prático, nem casa noturna, nem crise no casamento. Os protagonistas têm uma relação madura, de amor, e disponibilidade para viver, cada um, sua sexualidade, e juntos. Sem obrigação de ler manual, sabe?
Querido leitor,
O haloscan nem sempre colabora com essa humilde blogueira atrapalhada que vos fala. Digo isso porque, vira e mexe, os comentário somem do blog. Aí eu não respondo. Uma, duas, vinte vezes aconteceu isso. E eu me atrapalho horrores. Então, se eu não reponder seu comentário, é porque eu me atrapalhei, mea culpa. Quer dizer: culpa minha e do haloscan, quem manda sumir.
Mas em algum momento eu acabo respondendo. Vou tentar ser mais organizada com isso. Mas aí, se demorar um mês, bom, aí vocês podiam mesmo me mandar... Mas não farão, eu sei. Vocês são educados!
Ass. Blogueira culpada e se sentindo mal educada.

18.10.06

Você já foi à Bahia, nega?

Passei o dia todo ouvindo o cd O Estrangeiro, do Caetano. Adoro.
E acho que, acabando a eleição, eu mereço ver o mar da Bahia. Porque o mar da Bahia, ah, minha gente. O que é aquele azul do mar da Bahia? Estou certa de que mereço.
Mereço encontrar minha amiga querida, e comemorar a eleição do nosso presidente. E falar, falar, falar. Mereço ouvir aquele sotaque delicioso doa baianos. Olha, eu não me responsabilizo quando ouço aquele sotaque. Eu mereço.
Um indivíduo me manda uma mensagem agradecendo por eu tê-lo ajudado a eleger Serra governador. Deve ser piada, dever ser.
E hoje acordei meio nostálgica. Com Caetano tocando aqui na cabeça, e lembranças rondando. E tudo bem.

"Tua boca boca brilhando
Nem mel nem mentira
O que ela me fez sofrer, o que me deu de prazer
O que de mim ninguém tira"
(Este amor, de Caetano para Dedé)

16.10.06

PROUNI e Escola da Família

Então vamos lá. Em tempos de eleição, parece importante deixar claro quais são as diferenças entre as propostas e projetos de cada um dos candidatos. Porque é assim que a gente vai entendendo quais são as diferenças de programa de governo. Conseqüentemente, percebemos que se tratam de diferentes projetos políticos, que desembocam em diferentes concepções de democracia e de nação.
Escolhi o PROUNI e o Escola da Família porque muito se tem ouvido falar que o governo do PSBD em São Paulo também criou um programa de bolsas para o universitário custear seus estudos.
No entanto, os programas diferem consideravelmente. Pois o Escola da Família exige, primeiramente, que o aluno esteja matriculado num curso superior para que possa se candidatar a uma bolsa. Sendo assim, o aluno deve primeiro prestar o vestibular, pagar a matrícula e as mensalidades devidas até o momento em que consiga a bolsa – se conseguir, é claro, porque não há garantia de que consiga.
No caso do PROUNI, o candidato deve, primeiramente, prestar o ENEM e depois, encaixar-se nas condicionalidades do programa, com quesitos como renda per capita familiar, entre outras (condicionalidades que também existem no Escola da Família). No entanto, o importante é frisar que, no PROUNI, a seleção e concessão de bolsa acontece antes de o candidato ingressar na faculdade. Se a intenção é beneficiar jovens de baixa renda que não estudavam antes por falta de recursos para o custeio, é claro que faz muita diferença um programa no qual o candidato entra na faculdade sabendo exatamente se terá bolsa, e de quanto (integra, 50 ou 25% do custeio da mensalidade). Disso decorre que um programa efetivamente inclusivo acompanhará o aluno desde o início do curso, incentivando-o a prestar o vestibular.
Além disso, outra diferença fundamental diz respeito à contrapartida. No PROUNI, a bolsa é um direito, dado ao aluno através de um programa que tem como objetivo incluir jovens de baixa renda no ensino superior. Sendo um direito, sancionado pela lei nº 11.096, de 13 de janeiro de 2005, o programa prevê como única obrigatoriedade, que o aluno tenha aproveitamento acadêmico satisfatório.
Já o programa Escola da Família exige que o aluno-bolsista trabalhe todos os finais de semana em escolas estaduais, como forma de pagar o benefício adquirido. Isso porque o programa está incluído em um outro programa, também chamado Escola da Família, no qual membros da comunidade trabalhavam voluntariamente nas escolas nos finais de semana, em diversas atividades como cursos e recreação (sim, aquele programa que passa na rede globo, Tony Ramos falando “seja você também um amigo da escola”). Podia dizer também que esse programa tem tudo a ver com a Comunidade Solidária, carro chefe da política social no governo FHC, como falei aqui. Sim, é o mesmo partido, são os mesmos projetos. Mas voltamos ao Escola da Família.
Imaginem um aluno que precisa de bolsa de estudos. É pouco provável que ele não precise trabalhar pra se manter. Então suponha que ele trabalhe 44 horas semanais, como a média do brasileiro. E, sendo beneficiado pelo Escola da Família, trabalhe mais 16 horas aos finais de semana. Que momento da semana esse aluno pode dispor para estudar? Todo mundo sabe, também, que não basta freqüentar a faculdade. É preciso estudar, ler, fazer trabalhos, toda essa perfumaria, na visão de quem planejou esse programa, provavelmente.
Sendo assim, além do programa conceder a bolsa apenas após a matrícula, não facilitando o ingresso daqueles (muitos) que não podem custeá-la, também não estimula a permanência.
Afinal, como o aluno vai atingir o aproveitamento exigido, se não tem tempo para estudar?
Vale lembrar, ainda, que o PROUNI conta também com uma Bolsa Permanência, dada ao aluno que tem bolsa integral em curso com mais de seis horas de dedicação diária. Mais informações sobre os programas aqui e aqui.

15.10.06

Cenas do próximo capítulo


Casa bagunçada, uma preguiça de limpar. E ontem fiquei enlouquecida, achando que a máquina de lavar tinha quebrado. Porque eu programei para não centrifugar a roupa (não faço idéia do por quê). E esqueci, claro. A roupa ficou lá, meio de molho no amaciante. Um nojo mesmo. Cheguei, vi aquilo, imaginei que estava quebrada. Coloquei para lavar tudo de novo, do início, mas sem desprogramar. Então fiquei feito tonta, ao lado da máquina, e a bichinha parou na hora de centrifugar. Desespero, liga para o pai, e quanto deve custar o conserto, procura a garantia, etc e tal. Volto até lá percebo que está no modo "adiar centrifugação". Pois é.
Organizar a casa tem demandado um tempo que eu não estou a fim. E então tudo vira um martírio. E eu moro sozinha, né? Podia ligar o foda-se. Posso.
No caminho, voltando para casa, pensei em escrever sobre PROUNI e Escola da Família - os programas do Lula e Alckmin, respectivamente, de auxílio para pagamento da faculdade. Porque não se trata da mesma coisa. Alguns seres humanos insistem em dizer que sim. Amanhã eu conto que não.
E isso parece cenas do próximo capítulo, uma espécie de leitor, venha aqui amanhã. E já que começamos. Eu também queria escrever sobre CDs aqui no meio-bossa-nova. Mas estou confusa. Era para ser aos domingos. Mas eu esqueço. Quem sabe um dia. Como um dia de domingo.

13.10.06

Hoje ouvi Leila Pinheiro o dia todo. Um cd que eu adoro, Leila cantando Guinga e Aldir Blanc. Bom, se você não conhece Guinga, please, procure. Imediatamente, para o seu bem.
Agora continuo com Leila, cantando Gonzaguinha, "mas foi te encontrar e o futuro chegou como um pressentimento...". Talvez fosse o caso de encontrar. Talvez. Porque eu ando com uma preguiça. Tremenda.
E com uma sensação de barata tonta. Trabalhando no feriado, veja só. Empaca um pouco minha vida esses horários malucos que eu arranjo para trabalhar. Todo mundo quer acordar tarde na segunda feira; eu posso, mas não consigo me organizar nesses horários flexíveis. Fico louca.
Nem contei que perdi o show do Paulinho da Viola. Ele fez uma temporada num teatro novo, que será dedicado à MPB. Não fui, não acredito. Confundi as datas. E queria tanto...
Leila está cantando "diga lá meu coração, da alegria de rever essa menina...". Diga lá, meu coração. Careço de ouví-lo.

11.10.06

Todo os dias

Todos os dias eu digo que não vou carregar sacolinhas que não me pertencem, não vou fazer o papel de mãe da minha família, não vou abandonar a dieta, não vou enrolar na internet ao invés de estudar e finalmente escrever aquela p. daquele artigo, não vou, não vou, não vou. Todos os dia eu me contradigo. E vou. Todos os dias.

10.10.06

Eu tinha um post pronto na cabeça e esqueci tudo. Só lembro da parte que eu dizia que mesmo parecendo que está dando errado, tá dando certo. Pronto, já disse.

9.10.06

Não assisti todo o debate, mas ouvi de fonte absolutamente confiável que o Lula foi muitíssimo bem. Não assisti porque estava sambando. Estava sambando porque estou recebendo a visita da amiga de infância que eu não via há 8 anos (e estou me contradizendo no blog nesse exato momento, porque eu já falei aqui que não via há dez anos). Devo dizer que estamos passeando muito pela Paulicéia. Amanhã vamos comprar tecidos no Bom Retiro, vejam só. Devo dizer ainda que oito anos foram oito dias. Porque nós mudamos e somos as mesmas, na essência, e gostamos dos mesmos tecidos, das mesmas texturas, do mesmo colorido. E é claro que não precisa gostar do mesmo para ser amiga. Mas quando acontece é gostoso demais.

4.10.06

Atualizando - eleições

E hoje eu tive a felicidade de ler esse texto. Que é uma manifestação muito importante de apoio à reeleição do presidente Lula, porque fala de um lugar bem conhecido por várias pessoas sérias, bacanas, preocupadas com a democracia, e que ficaram divididas durante as eleições. Eu bem queria escrever um pouco sobre essas pessoas, dizer como eu acho bonito ver o compromisso com o projeto de esquerda ( e contra a direitização da política na figura de Alckmin) falar mais alto, mesmo quando há poréns. É uma postura lúcida, responsável, faz a gente acreditar mais no país, que não é feito apenas de eleitores de Clodov*l. Mas esse texto exemplifica muito bem. Vejam lá.

Diplomada

Pois é, hoje sou uma mulher diplomada. Fui à faculdade pegar a ata da defesa, e acabei pegando meu diploma, três anos depois de formada. O moço da seção de alunos perguntou: faz um tempinho que você se formou, né? Pois é, moço, eu não tive pressa...
Porque se não postergar, não sou eu. Agora veremos quanto tempo eu demoro para pedir o diploma de mestrado. Que pelo jeito demora doze meses para ficar pronto.
Não rolou nenhuma emoção em pegar o diploma. Ah, faz tanto tempo. E eu achei aquelas letras muito bregas. Não entendi a data, vejam bem. E fiquei pensando que o diretor da faculdade assina todos os diplomas da nossa unidade, que é gigante. Caraca. E o reitor então, que assina todos, da USP toda mesmo? Nossa, é muita chatice.
E o meu diploma foi assinado pelo meu orientador, que já era diretor quando eu pedi. Que fofo. Porque assinou o diploma e a ata. E a ata me emocionou sim, adorei, fiquei namorando. Principalmente porque, no parecer, a banca escreveu um textinho, e eu nunca tinha visto isso. Adorei. Vou até reproduzí-lo aqui, metida que sou.
Parecer da comissão julgadora:
A dissertação contribui para o avanço da abordagem de fenômenos recentes da história brasileira, como o terceiro setor e as organizações não governamentais. Desta forma, o trabalho também permite compreender melhor a construção democrática no país. Nesse sentido, a banca considerou aprovada a dissertação, com distinção.

3.10.06

A locadora da minha rua é imperdível. Assim como a maioria dos estabelecimentos comerciais daqui.
Quando me mudei, quase detestei o lugar. Só pensava na ladeira que liga minha rua à av. paulista, e minha preguiça me impunha uma tristeza profunda, preguiçosa que sou. Mas aos poucos fui conhecendo os estabelecimentos comerciais. Nossa. E eles são um show à parte.
A locadora é um deles. Um pardieiro. Incognoscível. Porque os filmes ficam expostos numa ordem própria. Que ordem? Vá saber. Hoje mesmo achei "O sétimo selo" ao lado de uma comédia americana tipo "American Pie". Mas sabe que me diverti com isso? Porque na locadora do bairro que eu morava (totalmente classe-média-arborizada de São Paulo), tinha um espaço intitulado "filmes cult". Claro que tinha, ora, ora. Porque a gente tem que dizer que o filme é cult, né? Tem que explicar para o povo que é. E Bergman e American Pie juntos é tão foda-se pra isso. Coisa bonita, merecia uma foto.
Aí eu saio da locadora e passo no mercadinho. Tem uns quatro aqui na rua. Mas dois deles com mais cara de mercadinho mesmo, os outros dois são botecos que vendem leite. Adoro. Porque no bairro que eu morava tinha aquele, a Suécia Brasileira. A sensação da classe média, vocês sabem, né?
E os mercadinhos daqui são um show à parte. Um deles tem frango assado no fim de semana. E eu fui criada num bairro que tinha frango assado no fim de semana. Não como o frango, mas adoro saber que tem. Como dizia minha avó, cada um, cada um.
Esse, que eu passei, é do ladinho mesmo da locadora. Prefiro o outro, do frango, porque o dono agora compra coca light lemon, porque eu sempre procurava, veja que fofo. Mas minha preguiça, sacomé. Fui nesse, do ladinho. E o dono é mais novo, tem duas filhas pequenas, ficam lá ele, esposa e meninas. Uma é bebê, fica num chiqueirinho, bem instalado no meio do mercadinho. Foto, foto. Merece. Só que hoje eu acho que ela aprendeu a pular. Porque se eu não entro naquela hora, exata, a pequena saía para a rua. Sim, peguei a menina, entreguei para o pai. Vizinhança, né, minha gente. Adoro.
Aí voltei para casa, de posse de Manderlay. E, bom, devo dizer: caraleo. Porque eu vivi uma experiência que me causou tanta identificação com a Grace. Muita. Acho que esse filme deveria ser visto por todos os meus colegas, que tiveram a mesma experiência. Ou não.
Porque eles continuam lá. Dando continuidade à experiência. E eu fugi, faz uns anos, rumo ao norte. Para a academia, a ciência política. E o que eu gosto em Lars Von Trier, é que no final, quem tem razão?
Sabe quando você deseja profundamente fazer uma viagem, mas simplesmente não pode? Não tem dinheiro, nem tempo, nem nada do tipo? Pois é, estou bem assim. Cansadíssima com o mestrado, ainda. Cheia de relatórios para escrever, coisas para ler. Aí os danadinhos do conselho municipal inventam mais uma reunião extraordinária. Mas óquei, minha vida será assim sempre, leio por profissão. E por enquanto, a profissão é altamente precarizada, sem férias programadas. Por enquanto. Eu sou otimista mesmo.
Quero assistir Manderlay, que ela viu e gostou. Outra amiga viu e me falou no sábado. Acho que é um aviso, preciso mesmo assistir. Ou é só porque saiu na locadora mesmo, hohoho.
Vamos lá, que eu acordei super tarde (quero virar um urso) e tenho um relatório para começar.

1.10.06

Segundo turno

Antes de dormir, duas ou três coisinhas.
É claro que a mídia festeja o segundo turno como vitória de Alckmin. Acontece que Lula teve 48,6% dos votos. Podíamos ganhar no primeiro turno, sabemos disso. Mas ganhamos ao passar para o segundo turno e esse é nosso foco agora. Vencer as eleições no dia 29/10.
Sabemos que o governo Lula foi muito bom sim, em vários setores abandonados em tempos de gestão tucana. A política social, como eu mostro no post abaixo, é exemplo claro disso.
Além disso, quem se der ao trabalho de pesquisar os votos de deputados em São Paulo verá que o discurso da ética não passa de moralismo barato que não se sustenta. Não digo com isso que a ética não importa. Digo que Paulo Maluf foi o deputado federal mais votado. Todos nós sabemos quem é Paulo Maluf.
Digo isso para lembrar que eleger Lula é uma questão de responsabilidade pública. É questão de resistir a um discurso moralista vazio, de resistir a uma tendência a retroceder a uma direita conservadora e mesquinha.
Eleger Lula é garantir a continuidade de um projeto nacional de desenvolvimento, é garantir a possibilidade de fazer diferente nesse país, que, como nós sabemos, não se fez em oito anos de PSDB. É preciso agora resistir também a esse discurso pífio sobre crescimento econômico. E eleger um governo que se preocupa em crescer com qualidade. Que se preocupa em distribuir renda, pois como também sabemos, é a única forma efetiva de operar mudanças nesse país.
É só não esquecermos de tudo aquilo que bem sabemos sobre os dois candidatos que disputarão o segundo turno, e elegeremos Lula, mais uma vez, presidente do Brasil.
Serra diz que vai fazer um governo popular, e em seguida agradece ao PFL pelo apoio. Eu só tenho a dizer que São Paulo merece isso.

Vergonha

Diante de Paulo Maluf, Clodovil e Enéas, Afif e afins, sobre São Paulo, eu fico com Bertold Brecht: a questão é dissolver o povo e eleger outro.