29.9.06

Lição de casa

Eu disse para ela que ia escrever sobre o B*lsa Família. Mas acontece que depois que defendi o mestrado eu não quero mais pensar. E para escrever eu queria pensar e pegar uns dados, e comparar o investimento em política social no governo Efeagá e no atual governo, mas nossa, não sou capaz nesse momento. Porque eu acho importante, para marcar a diferença entre o governo de direita do Efeagá e o nosso governo, mostrar a importância que cada um dá à política social. Importância em números, antes de mais nada, porque eu encaro isso como uma questão de classe. Priorizar política social é um enfoque de classe, numa clara opção por direcionar investimento à classe que mais cresce em tempos de expansão do capitalismo flexível.
Então eu li o último post dela. E ficou clara uma coisa que eu não ia dizer mas vou, mesmo que seja besteira. B*lsa Família, para mim, é uma ação afirmativa como a política de cotas. No entanto, ao invés de atingir a questão do racismo, atinge a questão da pobreza. É uma resposta, um dever para com os miseráveis desse país, com os nordestinos vitimados pela indústria da seca, com os milhares de trabalhadores pauperizados em anos e anos de exploração.
Isso é o principal, nessa minha proposta de falar do B*lsa Família sem fazer grandes referências a dados nem a estudos que vêm se desenvolvendo sobre os alcances e limites do programa. Porque tem muita coisa para aperfeiçoar. A principal, é que o Bolsa Família se torne o Renda de Cidadania, ao fim e ao cabo. E aí tem uma importantíssima distinção a ser feita, sobre a política social no governo de esquerda.
Nunca é demais lembrar que o carro chefe da política social no governo Efeagá foi a C*munidade Solidária, programa que pretendia responder às mazelas da questão social brasileira via solidariedade privada, responsabilidade social empresarial, voluntariado. Nenhuma ênfase no direito, muito pelo contrário: esse programa encarnava muito bem a proposta neoliberal de enxugamento de responsabilidades sociais, transferindo-as à iniciativa privada via discurso de responsabilização moral.
A ênfase do B*lsa Família, no entanto, recai sobre o direito. O direito que o cidadão tem de ser assistido pelo Estado, seja através do pagamento de bolsas que complementem sua renda, como é o caso dete programa, seja através de cotas que respondam à enorme dívida social para com os negros. A idéia é a de que o Estado tem deveres para com esse cidadão - o projeto de Suplicy, Renda de Cidadania, recai todo sobre a idéia de direito. O direito à inclusão. E a inclusão é, como ela também já lembrou muito bem, uma marca importantíssima de diferença num governo de esquerda.
Mary, sobre conscientização popular, para você gostar ainda mais da Marta. na gestão dela, eu trabalhei num projeto de geração de renda, com trabalhadores com mais de quarenta anos da periferia. E sabe qual era a primeira "lição"? Uma aula sobre transformações no mundo do trabalho, para que eles pudessem entender por que os governos não eram capazes de gerar emprego. A gente discutindo mais valia com os caras. Por isso eu acredito nesse partido, por isso eu acho que nós temos sim um projeto de esquerda.

27.9.06

Na realidade onde está você
Em que cidade você mora
Em que paisagem em que país
Me diz em que lugar, cadê você?

26.9.06

Sucessão em São Paulo

Assistindo ao debate para governador do estado de São Paulo. Aparece Orestes Quércia e eu tomo um susto. Minha gente, o que é aquele homem? Quantas são aquelas plásticas? Meu-deus-do-céu.
Um momento muito interessante do debate, falando em "cara do Quércia", foi quando debatiam o tema moradia, e o Plínio de Arruda Sampaio fala sobre a função social da propriedade e a questão da especulação imobiliária, ao lembrar o número de imóveis desocupados no estado. A cara do Quércia foi impagável. Que especulação, que função social que nada, que esse homem só fala em CDHU. É flagrante que o candidato não sabe nada além daquilo que está ensaiado.
E falando em Plínio, poxa, eu gosto de ouví-lo falar, no geral. Temos algumas divergências, mas eu gosto do debate que ele propõe. Mais um caso de pessoa no partido errado. Eu acho que ele destoou de boa parte do que o PSOL tem feito nessa campanha. Mas confesso que não acompanhei a campanha dele ao governo do estado, de modo que eu posso estar falando besteira. Essa impressão veio com o debate.
No mais, José Serra toma a surra merecida, pelos doze anos de desmandos de seu partido. Aí ele pede para nomear os governadores, para que a população fique "esclarecida". Muito bem, vamos nomear os governadores que fizeram da Febem e do sistema prisional uma das coisas mais lamentáveis que esse estado tem notícia? Mário Covas e Geraldo Alckmin. Do PSBD.

25.9.06

Sobrinha


Hoje passei a tarde com a minha sobrinha. A idéia era eu cuidar dela enquanto meus pais iam ao médico. Mas a questão é que ela não dá trabalho nenhum. Óquei, troquei fralda, dei mamadeira, coloquei para dormir. Mas ela é tão bacana, tão simpática, que não tem aquele peso de "vou cuidar de um bebê". Óquei, eu sei que cuidar todo dia são outros quinhentos. Mas adorei: ela é a criança mais gostosa do mundo.
Adora se olhar no espelho, veja só como é esperta. Brincou com as minhas vasilhas de plástico, que são coloridas e ela prefere a qualquer outro brinquedo. E eu acho um barato poder acompanhar como ela vai se apropriando das coisas. Agora sabe dizer não com a cabeça. Não queria mais a mamadeira, e ficava balançando a cabecinha, tia, nããããão. Com a água ela foi mais taxativa, cuspiu mesmo. Opiniosa a pequena. Quando acorda ela senta na cama, e fica rindo. Mas acho que o melhor mesmo é quando ela chega aqui, eu abro a porta e ela dá os bracinhos, com aquele sorrisão, cheguei, tia! - eu derreto.

Rarara

Ato pela ética na política partindo de Serra e Alckmin? Isso só pode ser piada.

Atualizando: Será no Clube Espéria e se pretende um ato em favor do voto popular. Ah, tá. É ridículo mesmo.

24.9.06

Segue o teu destino

Segue o teu destino
Rega as tuas plantas
Ama as tuas rosas
O resto é a sombra
De árvores alheias
A realidade
Sempre é mais ou menos
Do que nós queremos

Só nós somos sempre
Iguais a nós próprios.
Suave é viver só
Grande e nobre é sempre
Viver simplesmente

Deixa a dor nas aras
Como ex-voto aos deuses
Vê de longe a vida
Nunca a interrogues
A resposta está além dos deuses.

Mas serenamente
Imita o Olimpo
No teu coração
Os deuses são deuses
Porque não se pensam
Segue o teu destino - Sueli Costa

23.9.06

O alívio



Acabou. Acabou com distinção, acabou com flores, acabou com amigos e cerveja, música e risada.
Quando saí de casa, de manhã, pensei que o que eu desejava daquela tarde era ficar satisfeita, com a defesa, com os comentários, com o meu trabalho. E no final, aconteceu muito mais do que eu poderia esperar.

Durante a primeira argüição, a que eu mais "temia", sinceramente, fiquei nervosa, não consegui responder tudo, mas senti que meu trabalho foi considerado, lido, avaliado, discutido. A recompensa.

A segunda argüição foi mais tranqüila em termos do meu nervosismo, e no entanto, foi surpreendente. O professor trouxe tantas novas questões, ofereceu tantos contrapontos interessantes. A sensação de que meu trabalho era inserido num debate intelectual profundamente sofisticado foi a coroação da recompensa.

No final, meu orientador fez uma fala bonita, citou um trecho da dissertação, e no final do final ainda repetiu a nota, quando meu avô entrou na sala depois da aprovação já ter sido anunciada. Ele, que durante esses anos meu ensinou muito sobre a vida, e me encantou com uma profunda generosidade, não fez por menos em minha defesa. Talvez por isso a principal qualidade de minha banca examinadora tenha sido a generosidade: eu estava ali com dois professores altamente gabaritados, que me convidaram ao debate, fazendo com que pudéssemos, todos, aproveitar aquele momento da melhor maneira possível.

Depois, a merecida comemoração. Estavam lá o primeiro namorado, o amigo do primário, os amigos da faculdade, do mestrado, os amigos da vida, as amigas que já sabiam que o resultado seria esse, as amigas que estiveram comigo, em todos os momentos, nas lamentações, na leitura, no ombro, no estímulo. O amigo novo que esteve nos últimos dias, muito presente. Estavam meu irmão, minha cunhada, e minha irmã que me abraçou e lembrou do dia em que nós vimos, no setor de informações da USP, a lista de aprovados da Fuvest 1998. Acabou, e mais que alívio, acabou com alegria.

20.9.06

Amnésia


E hoje eu passei o dia todo com a impressão de que esqueci tudo, nem lembro o que é sociedade civil nem terceiro setor nem patavina nenhuma. Aí decidi também que não farei apresentação. Que meu pai e minha mãe não vão lá para ouvir apresentação, vão para ouvir a nota. A banca já leu, G. também, e quem mais que quiser que leia. Inteirinha. E me conte, que eu esqueci.
O orientador-fofo-da silva me convidou para almoçar e depois irmos juntos para a defesa. E disse para eu não ler a dissertação agora, que só atrapalha. Eita, mas e se eu esqueci tudo? Então vou seguir o conselho dele pelo menos uma vez na vida. Hoje uma amiga me desejou sucesso. Nem precisa, quero só que passe mesmo.
E minha mãe me deu um vestido de presente, para usar na defesa. E uma sandália. L-i-n-d-o-s. Mas e essa chuva? Agora você tem que comprar um vestido e um sobretudo, e esperar o dia clarear pra se decidir? Não há vida saudável possível numa situação dessas, minha gente. E eu torço pelo sol. Que com aquele vestido não tem como a defesa não ser um sucesso.
p.s. comprei um cd do boca livre a 6,00. sério. tem um verso assim, numa música: só o que não se cansa é a gente se querer bem. tão fofo.

Campanha Eleitoral

Eu bem queria escrever um post sobre os últimos acontecimentos. Mas o post do Idelber é tão esclarecedor - além de expressar absolutamente a minha opinião - que é mais sensato indicar que todos vocês dêem uma olhada.
Sobre a maravilhosa cobertura feita pela mídia, tão imparcial e honesta, links aqui e aqui.
No mais, gostaria de acrescentar duas perguntinhas que, ao que parece, foram absolutamentes descartadas até agora:
- o que consta do dossiê?
- se o PT fez o dossiê, por que haveria de comprá-lo?
- a quem interessa tumultuar o processo eleitoral neste momento, em que o presidente Lula segue com 50% das intenções de voto?

19.9.06

Ah, o show


Ah, minha gente. Nossa. Quando acabou falei para a M. que eu não seria capaz de fazer um repertório que me agradasse tanto. E ela perguntou se há alguma música que eu não gostaria de ouvir. Bom, mas foi mais do que gostar de todas as músicas do Chico. Tudo o que ele cantou no show fez um super sentido para mim.
Carioca ele cantou inteiro. E o melhor momento foi quando cantou Subúrbio, que é, por hora, a música que eu mais gosto do cd novo. Gostei também de Bolero Blues, acho a letra muito bonintinha.
Mas toda a emoção aconteceu quando ele cantou A Bela e a Fera. Cês acreditam que ele cantou essa música? Morri. Mas não satisfeito, ele canta Palavra de Mulher. Gente, palavra de mulher é a música. Pode ser que passe o nosso tempo, como qualquer primavera/ Me espera, me espera/ Eu vou voltar.
Aí teve Ode aos Ratos, que não é nova mas está com um arranjo incrível no cd novo. Incrível e imperdível. Outra regravação do cd novo, Imagina, ele cantou com a Bia Paes Leme, que eu adoro. Adoro aquela mulher maravilhosa compondo aquela banda maravilhosa. Linda.
Quanto cantou Renata Maria, lembrei dela. E ainda teve Outros Sonhos, que me lembrava Sonhos Sonhos São, do anterior As Cidades, mas que no show achei completamente diferente. Show tem dessas coisas, de nos apresentar a música de roupa nova.
A surpresa foi que ele cantou Eu Te Amo. Achava manjada demais para ser cantada, mas foi, e foi lindo. Lindo. Mas lindo mesmo. Teve também Mil Perdões, que para mim tem um significado tão especial, e me deleitei.
Agora, vamos combinar que Mambembe para abrir, logo depois de cantar Lamartine Babo, é para a gente não esquecer que Chico é definitivo.
A foto foi no Bis, ele com a bandeira da mangueira, cantando "deixa a menina". Eu tava super em transe. Vocês nem imaginam o quanto.

18.9.06

Conversando com o amigo e o ex-namorado que moram em Londres há alguns anos. Eles me dizem que não há preconceito contra negros na Inglaterra. Um deles é branco: aquele que afirma com mais veemência. O outro, negro, disse que nunca foi discriminado. Eu digo que, sinceramente, acho estranho, mas enfim, mal saí de São Paulo na minha vida, como vou falar da vida em Londres? Aí então falamos de racismo no Brasil. Meu amigo negro diz que o problema aqui é social, e não de cor. Eu pergunto qual a cor da maioria da população afetada pela questão social. Ele diz que nunca se sentiu discriminado no Brasil. Eu me recordo de uma historinha, mas prefiro encerrar a conversa por ali ao invés de lembrá-la.
Com vocês, a historinha:
Quando eu era adolescente, sempre voltava da escola com o meu amigo negro, que morava numa rua um pouco acima da minha. Ele me acompanhava e depois seguia sozinho, e naquele dia eu fiquei no portão, enquanto ele continuava a subir a avenida da minha casa. Um quarteirão acima, olho e tomo um susto: ele estava sendo revistado por policiais, “tomando uma geral”, como a gente falava na época. Depois do constrangimento de ser parado numa tarde ensolarada numa rua pacata de um bairro de periferia, meu amigo leva um tapa na cabeça, e os policiais o mandam seguir. Naquele dia eu sabia que se tratava de racismo, porque ele era um garoto negro de periferia. Eu sabia que aquele tapa era uma arbitrariedade. Aquela cena me chocou e eu nunca esqueci. Nem nunca tive coragem de contar a ele que eu vi.
Quem era ele? O amigo negro que hoje mora em Londres.

17.9.06

O show


Eu fui. Estou em transe até agora. Em breve, conto os detalhes!

15.9.06

Sente umas coisas estranhas na barriga. Uma ansiedade. Liga o rádio, e está tocando música chata.
Pensa que tem gente nesse mundo que se presta a todo tipo de coisa. Aí está a graça e o problema.
Outra música. Solidão de manhã, poeira tomando assento, rajada de vento, som de assombração. A música traz a lembrança daquele moço alto e magro. Lembrança dele dentro. Ela sabe que não é com ele, que não quer com ele. Mas também não sabe como é com ela.
Sente uma vontade grande de sentir vontade o suficiente. Que permita voltar, sei lá. Não, não voltar para ele. Voltar para si.

13.9.06

Biblioteca

Eu penso que biblioteca deve ser um lugar público. Toda e qualquer biblioteca. E você aí está pensando mas isso é óbvio. É não. A biblioteca da GV não é aberta ao público. Vou repetir: a biblioteca da GV não é aberta ao público.
Como assim? Pois é, não sendo.
Você chega numa recepção hi-tec, que parece setor de imigração em aeroporto: quem é você? Aí você explica que gostaria de consultar a biblioteca. Não é aluna? Não. Então não pode. COMO ASSIM? Você insiste: eu preciso consultar uma tese, que foi feita aqui. Não pode. Você fica fula da vida. Pede para a recepcionista ligar na biblioteca. Ela liga e diz: não pode. Você é pentelha e expica tudo de novo: eu preciso, só tem aqui, liga lá e diz que eu sou mestranda de outra instituição. Ela liga. Então a orientação é: você tem que fazer o pedido pela sua instituição e eles encaminham para a GV. Você explica de novo, que, querida, eu moro na rua de baixo, quero apenas ler a tese, ver se interessa, não quero levar para a casa. Não pode. Você já chegou ao ponto de pensar em dizer que precisa apenas pegar a tese na mão, mas mantém sua dignidade, agradece e vai embora.
Mas isso não aconteceu hoje, faz tempo. afinal, quase nem sou mais mestranda, né? Hoje eu fui em outra biblioteca, a da Saúde Pública. E lá você entra na boa. Como em todas as outras bibliotecas da USP. Mas não é só a USP. A biblioteca da PUC também é pública. Puxa, quantas vezes eu estudei lá, quando morava em Perdizes? Naquele forno, em janeirão, o ar condicionado da biblioteca da PUC merecia agradecimento na minha dissertação. E as revistas de Serviço Social que só tinham na PUC? Fui lá, consultei. Porque, meu deus, isso é difusão de conhecimento. Como assim tranca a biblioteca e não pode? Mesquinho, ou falta de cultura de biblioteca, né? Porque o povo te olha com aquela cara de: você não tem o que fazer além de querer consultar a biblioteca? Acho triste.
E também preciso admitir, já que o assunto é bilbioteca, que elas me dão sono. Muito sono. Muito mesmo (óquei, sono comigo é coisa facinho, mas biblioteca está entre as coisas que mais me dão sono no universo). Hoje morri de sono. E fui encontrar a miga querida no café da Fnac, e conversa sobre sobrinhos e família e show e como é boa essa vida single. E aí a gente resolve falar de política no ponto de ônibus, e reclama dos virgens do PT, e ela corre para pegar o ônibus. A vida tá assim, gostosa.

11.9.06

Ah

Sobre a namorada do falecido, eu fiquei pensando como tem gente para tudo mesmo nesse mundo, neam?

Chicote

Hoje eu consigo dizer a mim mesma qual é o maior problema da minha vida: minha indisciplina. Argh!
Porque, vejam bem. Essa semana tenho que terminar (na verdade, começar e terminar) um artigo, receber o amigo que chegou do exterior e que não vejo há anos, fazer observação de reunião de conselho, ir à defesa de uma amiga, à uma festa de aniversário, e à festa da defesa. Tenho ainda que ler a dissertação para a defesa (um pacto que fizemos, não aceito descumprí-lo). O artigo eu já podia ter feito, a dissertação eu já podia ter lido. Inventaram ontem tudo isso? Não.
E eu queria fazer a festa de defesa. Não reservei lugar, não convidei as pessoas. Mas sobre convidar, eu fico com receio que as pessoas pensem que festa de defesa é como festa de casamento, que fica feio não participar da cerimônia. E é claro que não é o caso.

10.9.06

Últimas

  • Hoje eu fiz bacalhoada. E ficou ótema. Nossa, nem acredito que tive tamanha competência.
  • Em compensação, bolo não sai nessa cozinha, de jeito nenhum.
  • Falta uma semana para o show do Chico, estou contando nos dedos.
  • Falta quatro dias para a defesa da minha amiga, e eu já estou nervosa por ela.
  • Para a minha defesa, falta onze dias. Já estive mais apreensiva, confesso.
  • Vou receber a visita da minha melhor amiga de infância, depois de dez anos sem nos vermos. Ela vai ficar aqui em casa alguns dias, provavelmente assiste à defesa.
  • Crise no PSBD? Serra disse que não. Você acredita?

5.9.06

Sonhei que chegava muito atrasada à minha defesa, que já tinha começado sem mim (pois é!). Meu orientador me olhava com a cara mais feia do mundo, do tipo o que deu em você. Eu nem ligava e ia sentar perto da professora que manja tudo do meu tema e estará na banca. E sabe o que a fofa me dizia? Que meu trabalho era muito descritivo. Que eu concordava muito com ela, com os trabalhos dela, deveria ter sido mais crítica. E eu pensava hein? eu concordo com ela e estou errada? entao tá. Aí depois ela dizia que eu tinha potencial para fazer algo muito melhor, que em alguns momentos parecia que eu estava com preguiça de escrever. Mas isso é o inconsciente juntando os retalhos, porque um professor me disse isso na faculdade, numa prova - k., você estava com preguiça de escrever. Disse, juro. Mas ele me conhecia, né? Essa professora nem nunca me viu. E eu não escrevi o mestrado com preguiça. Quer dizer, eu morri de preguiça, mas enfrentei batalhas diárias para vencê-la e não escrever qualquer coisa. Sei lá o quanto consegui.
O resto das pessoas no sonho eram coadjuvantes. O x da questão era (é) a professora, mesmo. Nem a cara de poucos amigos do orientador me assombrou. Mas eu não sonhei até a hora deles decidirem a nota. Será mais uma do inconsciente?

3.9.06

Paratodos

Para começar a falar de cds aqui no meio bossa nova, vamos logo a um dos melhores. A homenagem lindíssima representada na música Paratodos é o carro abre alas de um cd primoroso.
Uma das faixas que eu mais gosto desse cd é De volta ao samba, um sambinha delicioso no qual o artista reitera que a música é seu lugar - acenda o refletor, apure o tamborim/aqui é o meu lugar, eu vim.
Aí tem a líndissima Romance. É difícil comentar a beleza dessa letra, mas talvez caiba lembrar a maestria com a qual ele consegue exprimir o quanto a paixão nos traz a sensação de que o outro é insubstituível - te sequestrei/vou te reter pra sempre/na minha idéia/ no seu lugar talvez/ fique alguma tonta, uma dublê/uma mulher alheia.
E Biscate, delicioso dueto com a Gal, uma música que eu não canso de ouvir. Coisa mais gostosa esses versos, gostoso de cantar, gostoso de dizer para alguém - vamos pra Bahia, dengo/vamos ver o sol nascer/vamos sair na bateria/deixe de chilique, deixe de siricotico.
Uma jóia. Ouçam todas as músicas. Muitas, muitas vezes.
Conversando com a minha irmã sobre o que fazer no próximo feriado, ela diz que talvez não possa fazer nada, porque tem trabalhos da faculdade para entregar. Então me dou conta de que esse semestre é o primeiro, desde que "me entendo por gente", que eu não tenho nenhuma obrigação escolar. Puxa!